sábado, 29 de outubro de 2011

O Ano da Fé



No último dia 17 de Outubro, o Vaticano divulgou a Carta Apostólica “Porta Fidei” (Porta da Fé) na qual o Papa Bento XVI proclamou o Ano da Fé.

Este terá início em 11 de Outubro de 2012, data de comemoração dos cinquenta anos da abertura do Concílio Vaticano II e de vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica (Cf. João Paulo II, Const. ap. Fidei depositum “11 de Outubro de 1992), e terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013.

Não é a primeira vez que a Igreja celebra um Ano da Fé. O último foi em 1967, no pontificado de Paulo VI, motivado, já naquela época, pelas “grandes convulsões que se verificaram naquele ano”.

Assim também, hoje, o Papa Bento XVI, diz: “em nossos dias mais que no passado, a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que provem duma diversa mentalidade que, particularmente hoje, reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas. Mas a Igreja nunca teve medo de mostrar que não é possível haver qualquer conflito entre a fé e ciência autêntica”.

Este novo Ano da Fé, tem igualmente o objetivo de impulsionar os cristãos a aprofundarem o conhecimento sobre a Igreja, dissipando assim, a nuvem negra dos erros de doutrina. “A Igreja prossegue a sua peregrinação no meio das perseguições do mundo e das consolações de Deus. De modo a vencer pela paciência e pela caridade, as suas aflições e dificuldades”.

O Sumo Pontífice refere-se ao Ano da Fé como, um “tempo de graça espiritual que o Senhor nos oferece” e “tempo de particular reflexão e redescoberta da fé”.

O documento trata ainda, que, para alcançarmos uma maior amplitude do dom da Fé, na sociedade e na pessoa em particular, cada crente deve “reavivar, purificar, confirmar, confessar” numa “dimensão pública do crer e do anunciar sem temor a própria fé”. Devemos ter a “responsabilidade social daquilo que acreditamos”. Ou seja, é preciso declarar com a vida o Evangelho do Cristo, não ficarmos tímidos ou tomar partido da maioria, diante das questões contrárias a essência do ser humano e expressar com alegria nossa adesão a fé, pois somos detentores das palavras portadoras da verdade e da vida, que Jesus nos deixou. “Não podemos aceitar que o sal fique insípido e a luz fique escondida (cf.Mt 5, 13-16). Devemos adquirir o gosto de nos alimentarmos da Palavra de Deus, transmitida fielmente pela Igreja”.

Várias vezes o Papa Bento insiste neste exemplo: “através do testemunho prestado pela vida dos crentes, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com sua própria vida no mundo, a Palavra da verdade que o Senhor Jesus nos deixou”, “nas nossas catedrais e nas igrejas do mundo inteiro, nas nossas casas e no meio das nossas famílias. Desejamos que este Ano suscite, em cada crente, o anseio de confessar a fé plenamente e com renovada convicção e esperança”.

Entretanto, para que o nosso testemunho esteja de acordo com a fé que professamos é preciso um empenho de nossa parte, particularmente nesse ano, em conhecer e propagar os conteúdos que a Igreja colheu nestes dois mil anos de história. Afinal, o mundo pede respostas cada vez mais racionais e acertadas. “estar com Ele (Jesus) introduz na compreensão das razões pelas quais se acredita” e “o conhecimento dos conteúdos da fé é essencial para se dar o próprio assentimento, aderir plenamente com a inteligência e a vontade”.

Entre os principais meios, para se chegar a esse conhecimento da fé, o Papa cita:

Os textos deixados em herança pelo Concílio Vaticano II, “É necessário fazê-los ler de forma que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificativos e normativos do Magistério. ” Bento XVI fala fortemente sobre a importância do Concílio Vaticano II: “Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX. Nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa”.

E também o Catecismo da Igreja Católica. Bento XVI considera-o como “subsídio precioso e indispensável. Nele, de fato, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Na sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Ali se apresenta não uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja”.

Devemos recorrer constantemente a esse documento, em nossas catequeses, em grupos de estudo e pastorais, como também na formação pessoal.

Ainda, salienta o Papa que, sobretudo, o Ano da Fé é um “repassar a história da nossa fé” para “tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor”. Este, com certeza será uma período de celebrarmos a nossas certezas e princípios, firmar valores para descobrirmos cada vez mais a felicidade e a honra de estar na única e verdadeira Igreja de Cristo.

Entremos portanto, pela Porta da Fé.

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