terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

11 PERGUNTAS FEITAS PARA O DIABO:

QUEM O CRIOU?
Lúcifer : Fui criado pelo próprio Deus, bem antes da existência do homem. [Ezequiel 28:15]

COMO VOCÊ ERA QUANDO FOI CRIADO?
Lúcifer : Vim à existência já na forma adulta e, como Adão, não tive infância. Eu era um símbolo de perfeição, cheio de sabedoria e formosura e minhas vestes foram preparadas com pedras preciosas. [Ezequiel 28:12,13]

ONDE VOCÊ MORAVA?
Lúcifer : No Jardim do Éden e caminhava no brilho das pedras preciosas do monte Santo de Deus. [Ezequiel 28:13]

QUAL ERA SUA FUNÇÃO NO REINO DE DEUS?
Lúcifer : Como querubim da guarda, ungido e estabelecido por Deus, minha função era guardar a Glória de Deus e conduzir os louvores dos anjos. Um terço deles estava sob o meu comando. [Ezequiel 28:14; Apocalipse 12:4]

ALGUMA COISA FALTAVA A VOCÊ?
Lúcifer : (reflexivo, diminuiu o tom de voz) Não, nada. [Ezequiel 28:13]

O QUE ACONTECEU QUE O AFASTOU DA FUNÇÃO DE MAIOR HONRA QUE UM SER VIVO PODERIA TER?
Lúcifer : Isso não aconteceu de repente. Um dia eu me vi nas pedras (como espelho) e percebi que sobrepujava os outros anjos (talvez não a Miguel ou Gabriel) em beleza, força e inteligência. Comecei então a pensar como seria ser adorado como deus e passei a desejar isto no meu coração. Do desejo passei para o planejamento, estudando como firmar o meu trono acima das estrelas de Deus e ser semelhante a Ele. Num determinado dia tentei realizar meu desejo, mas acabei expulso do Santo Monte de Deus. [Isaías 14:13,14; Ezequiel 28: 15-17]

O QUE DETONOU FINALMENTE A SUA REBELIÃO?
Lúcifer : Quando percebi que Deus estava para criar alguém semelhante a Ele e, por conseqüência, superior a mim, não consegui aceitar o fato. Manifestei então os verdadeiros propósitos do meu coração. [Isaías 14:12-14]

O QUE ACONTECEU COM OS ANJOS QUE ESTAVAM SOB O SEU COMANDO?
Lúcifer : Eles me seguiram e também foram expulsos. Formamos juntos o império das trevas. [Apocalipse 12:3,4]

COMO VOCÊ ENCARA O HOMEM?
Lúcifer : (com raiva) Tenho ódio da raça humana e faço tudo para destruí-la, pois eu a invejo. Eu é que deveria ser semelhante a Deus. [1Pedro 5:8]

QUAIS SÃO SUAS ESTRATÉGIAS PARA DESTRUIR O HOMEM?
Lúcifer : Meu objetivo maior é afastá-los de Deus. Eu estimulo a praticar o mal e confundo suas idéias com um mar de filosofias, pensamentos e religiões cheias de mentiras, misturadas com algumas verdades. Envio meus mensageiros travestidos, para confundir aqueles que querem buscar a Deus. Torno a mentira parecida com a verdade, induzindo o homem ao engano e a ficar longe de Deus, achando que está perto. E tem mais. Faço com que a mensagem de Jesus pareça uma tolice anacrônica, tento estimular o orgulho, a soberba, o egoísmo, a inimizade e o ódio dos homens. Trabalho arduamente com o meu séquito para enfraquecer as igrejas, lançando divisões, desânimo, críticas aos líderes, adultério, mágoas, friezas espirituais, avareza e falta de compromisso (ri às escaras). Tento destruir a vida dos pastores, principalmente com o sexo, ingratidão, falta de tempo para Deus e orgulho. [1Pedro 5:8; Tiago 4:7; Gálatas 5:19-21; 1 corintios 3:3; 2 Pedro 2:1; 2 Timóteo 3:1-8; Apocalipse 12:9]

E SOBRE O FUTURO?
Lúcifer : (com o semblante de ódio) Eu sei que não posso vencer a Deus e me resta pouco tempo para ir ao lago de fogo, minha prisão eterna. Eu e meus anjos trabalharemos com afinco para levarmos o maior número possível de pessoas conosco. [Ezequiel 28:19; Judas 6; Apocalipse 20:10,15]

"COMO DIZ O ESPÍRITO SANTO: HOJE, SE OUVIRDES A SUA VOZ, NÃO ENDUREÇAIS OS VOSSOS CORAÇÕES." HEBREUS 3:7,8

"Ninguém tem maior amor do que este: de dar a Sua vida em favor dos Seus amigos." João 15:13


O Prego

Certo feirante, depois de um dia muito proveitoso com
excelentes resultados no negócio, se dispôs a voltar
para casa antes do entardecer. Montou seu cavalo e,
prendendo muito bem à cintura a bolsa com seu dinheiro,
deu início à jornada de volta. Lá pelas tantas, parou em
um pequeno povoado para uma rápida refeição. Quando já
se preparava para prosseguir na caminhada, o moço da
cachoeira o avisou:
- Senhor, está faltando um prego na ferradura da pata
esquerda do seu animal. Não seria melhor providenciar
outro?

- Deixa faltar... - respondeu o feirante - Estou com
muita pressa; sem dúvida a ferradura agüentará bem as
horas que ainda restam a percorrer E lá se foi ele. À
tardinha, quando parou para dar ração pro cavalo, o
encarregado da cavalaria também foi ter com ele,
dizendo:

- Olha, está faltando a ferradura da pata esquerda do
seu animal. Quer que o nosso ferreiro veja isto?

- Deixa faltar. Estou com muita pressa e restam poucas
horas para que cheguemos ao nosso destino. Por certo o
cavalo resistirá - respondeu ele.

Continuou a cavalgar, mas já não conseguira andar muito,
quando notou que o cavalo estava manquejando. Tentou
continuar na esperança de chegar em casa; entretanto,
depois de poucos metros o animal passou a tropeçar e,
com pouco mais de tempo, numa queda mais forte, o cavalo
fraturou a perna e já não pôde mais sair do lugar.


Era noite e o feirante viu-se obrigado a deixar o pobre
animal caído, sem qualquer atendimento. Desprendendo a
caixa onde carregava uma série de apetrechos para seu
uso na feira, pô-la às costas e foi caminhando. A
distância que parecia curta tornou-se longa e penosa. Só
muito tarde chegou ele cansado, faminto e preocupado com
a possível perda do animal. Foi então que começou a
raciocinar: Tudo por causa de um simples prego que não
foi substituído no momento que se fez necessário.

Entendeu tarde demais o fato de que a pressa exige
calma.

Pequenas omissões/descasos podem resultar numa perda irreparável...

Entendeu? Peça perdão hoje, arrependa-se hojeb

A Volta do Senhor

A Bíblia ensina que Jesus voltará. Esta volta deveria interessar a todas as pessoas. Quando Jesus voltará? E como? E o que acontecerá, quando Cristo voltar? Estas perguntas têm respostas simples na Bíblia, mas tornaram-se complicadas e confusas por causa do acréscimo de especulações e doutrinas humanas. Este livreto, primeiro, examinará o que a Bíblia claramente ensina e depois mostrará as falhas das teorias humanas mais ensinadas.

Quando?

"Mas a respeito daquele dia e hora, ninguém sabe nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai. Pois assim como foi nos dias de Noé, também será a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem" (Mateus 24:36-39). "Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai" (Marcos 13:32). "Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o Dia do Senhor vem como ladrão de noite. Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão" (1 Tessalonicenses 5:1-3). Ninguém sabe quando Cristo voltará. O próprio Cristo não sabia. Sabemos somente que ele voltará inesperadamente, sem aviso. Quem quer que se proponha a marcar uma data para a volta do Senhor pensa que sabe algo que nem Jesus, nem os anjos sabiam.

Sempre temos que permanecer preparados para a volta do Senhor. "Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso, ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá"(Mateus 24:42-44). Desde que nunca sabemos quando o ladrão pode chegar, temos que manter nossas casas sempre fechadas. Desde que não sabemos quando o Senhor voltará, temos que sempre viver fielmente. A natureza imprevista da volta do Senhor significa que é impossível olhar em volta buscando sinais, numa tentativa de calcular uma data aproximada. Ninguém tem qualquer idéia de quando o Senhor pode voltar. Ele pode voltar antes que você termine de ler isto; ou poderiam se passar outros 2000 anos a partir de hoje. Que possamos estar sempre prontos!

Como?

"Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor" (1 Tessalonicenses 4:16-17). Quando Jesus retornar, todos saberão. A idéia de uma volta secreta do Senhor para, em silêncio, carregar uns poucos, é desconhecida nas Escrituras. A voz do arcanjo e o som da trombeta, com certeza, não são sinais silenciosos e secretos.

O Quê?

Já vimos que os mortos ressurgirão quando Cristo voltar. Em João 5:28-29 Jesus disse que todos os mortos (os justos e os ímpios) ouvirão sua voz, ao mesmo tempo, para saírem de suas tumbas. 1 Coríntios 15:50-55 indica que aqueles que ainda estiverem vivos, no retorno de Cristo, serão transformados de modo que possam herdar o reino de Deus, com corpos glorificados e incorruptíveis.

Quando Cristo voltar, o mundo será destruído pelo fogo. "Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. Visto que todas essas cousas hão de ser assim desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo procedimento e piedade, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus incendiados serão desfeitos e os elementos abrasados se derreterão" (2 Pedro 3:10-12). Muitos estão esperando que Cristo volte e fique na terra por muitos anos; mas isto será impossível, desde que a terra será destruída quando ele voltar.

Quando Cristo retornar, ele levará todos os homens para encontrá-lo no julgamento. Mateus 25:31-46 descreve o julgamento, minuciosamente. Aqui, Jesus disse que isso acontecerá quando ele voltar (v. 31). Paulo, também, falou do julgamento que acontecerá, na volta de Cristo. "E a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho do nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos, e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquando foi crido entre vós o nosso testemunho)" (2 Tessalonicenses 1:7-10).

Quando Cristo voltar, ele devolverá o reino a Deus. "Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda. E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. O último inimigo a ser destruído é a morte" (1 Coríntios 15:23-26). Cristo está reinando agora. Ele reinará até que o último inimigo seja destruído. Então ele devolverá o reino ao seu Pai. O último inimigo é a morte. Cristo destrói a morte pela ressurreição. Portanto, quando Cristo voltar e levantar todos os homens, ele estará destruindo o último inimigo e entregará, então, o reino ao Pai, para que ele reine eternamente.

Cristo voltará visível, em tempo inesperado e desconhecido. Quando ele voltar:

- Todos os mortos serão ressuscitados.

- Os viventes serão transformados.

- A terra será destruída.

- Todos os homens serão julgados.

- O reino será devolvido ao Pai.

Estes pontos são simples e claramente vistos nas passagens anotadas. O problema começa ao tentar reconciliar estes ensinamentos bíblicos básicos com as doutrinas produzidas pelos homens. As anotações seguintes examinam várias objeções freqüentemente levantadas contra estas claras verdades da Bíblia.

Objeções e Perguntas

E sobre o estabelecimento do reino de Cristo?

O Velho Testamento predisse a vinda do reino de Cristo. "Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés. O Senhor enviará de Sião o cetro do seu poder, dizendo: Domina entre os teus inimigos" (Salmo 110:1-2). É interessante que o Novo Testamento cita esta passagem muitas vezes e mostra que ela foi cumprida quando Cristo subiu de volta ao Pai. "Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis. Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés. Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo" (Atos 2:33-36). Deus já instalou Cristo como rei. Estude também Mateus 28:18; Efésios 1:20-23; e Apocalipse 19:16. Os cristãos já estão no reino de Cristo. "Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor" (Colossenses 1:13). "E nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém. . . . Eu, João, irmão vosso e companheiro na tribulalção, no reino e na perseverança, em Jesus. . ." (Apocalipse 1:6,9). Freqüentemente, Apocalipse 20 é citado para tentar provar um futuro reino de Cristo, de 1000 anos, aqui na terra. Mas, de acordo com o contexto de Apocalipse 20, são os mártires descritos em 6:9-11 que estão ressuscitados, para sentarem-se em tronos e reinarem com Cristo no céu. Apocalipse 20 não discute um reino com Cristo fisicamente presente na terra. Às vezes, algumas pessoas argumentam que Cristo não pode estar reinando sobre a terra agora, porque muitas pessoas o desobedecem. Mas a desobediência não é prova de que Cristo não está reinando. Um rei pode reinar sobre um reino físico na terra e, entretanto, alguns podem desobedecê-lo. No fim, Cristo punirá a desobediência (estude a parábola em Mateus 13:24-30,36-43). Jesus nunca teve a intenção de estabelecer o tipo de reino material que alguns pensam que vai acontecer (João 18:36).

E sobre as promessas de Deus aos judeus?

Deus prometeu dar a Abraão e seus descendentes, os judeus, a terra de Canaã. Ele cumpriu essa promessa completamente (Josué 21:43-45; Neemias 9:7-8). Se os judeus conservariam essa terra ou não, isso dependeria de sua fidelidade ao Senhor (Deuteronômio 28:58,63). Por causa de sua infidelidade os judeus perderam seu direito à terra prometida.

Deus também prometeu abençoar os judeus e todas as nações com a vinda de Cristo. As bênçãos espirituais em Cristo não foram destinadas a todos com sangue de Abraão em suas veias, mas àqueles que compartilham a fé de Abraão (Romanos 2:28-29; 4:16-17; 9:6-8; 11:1-5; Gálatas 3:6-9). O Velho Testamento tinha predito claramente que os gentios fiéis também seriam trazidos para partilhar igualmente as bênçãos dos judeus fiéis (Gênesis 12:3; Isaías 2:1-4; 11:10-12; Zacarias 8:23). Paulo disse que atualmente: "Não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gálatas 3:28).

Muitas das promessas dos profetas do Velho Testamento são mal entendidas e, portanto, mal aplicadas a algum tipo de reino material de Cristo na terra. Muitas das profecias do Velho Testamento descrevem o reino de Cristo em um tempo de paz e prosperidade. Há pessoas que compreendem mal e imaginam que elas estão falando de uma paz e uma fartura material; mas não estão. Estas profecias do Velho Testamento têm que ser espiritualmente entendidas. Passagens como Isaías 11:1-10 e Amós 9:11-15, que são freqüentemente aplicadas a algum futuro reino material de Cristo, são ditas por escritores do Novo Testamento como tendo sido cumpridas espiritualmente no reino de Cristo agora (Romanos 15:12; Atos 15:13-18). É muito importante que permitamos que a revelação que Deus fez no Novo Testamento tenha prioridade na explicação do que ele pretendia nas profecias do Velho Testamento.

E sobre os sinais dos tempos?

Em contraste com o ensinamento de Jesus em Mateus 24:37-44, que o tempo de sua volta seria um período comum, sem sinais especiais, há muitos que ensinam hoje em dia que podemos saber que a volta de Jesus está próxima se olharmos para os sinais dos tempos. Este ponto de vista está baseado num mau entendimento de "E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores" (Mateus 24:6-8). Observe o assunto desta passagem. Em Mateus 24:1-2, Jesus falou sobre a destruição do templo e de Jerusalém, o que ocorreu 40 anos mais tarde, em 70 d.C. Os discípulos no versículo 3, perguntaram quando estas coisas aconteceriam e também sobre sua última volta. Jesus, primeiro, respondeu à pergunta sobre a destruição de Jerusalém. Ele advertiu, nos versículos 4-14, que muitas coisas aconteceriam, mas que não ficassem alarmados. Estes não seriam ainda os sinais do fim de Jerusalém. Então, ele lhes contou o que o sinal realmente seria, no versículo 15, e advertiu-os para que fugissem quando o vissem. No versículo 34 Jesus disse: "Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça" (Mateus 24:34). Tudo, até o versículo 34 deste capítulo, tinha que acontecer antes que aquela geração terminasse. Muitas pessoas olham para achar os sinais da volta de Cristo neste trecho do capítulo que está falando sobre a destruição de Jerusalém, e até mesmo no trecho que mostra as coisas que não foram sinais desta destruição. Quando as pessoas citam os acontecimentos de Mateus 24:6-8 como sinais da volta do Senhor, elas ignoram o contexto. É no versículo 35 que Jesus começa a falar sobre sua segunda volta, e não antes.

E sobre as duas ressurreições?

A Bíblia ensina que todos os mortos ressurgirão ao mesmo tempo. "Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo" (João 5:28-29). Veja também Atos 24:15. De fato, aprendemos em João que a ressurreição e o julgamento ocorrerão no mesmo dia (João 6:54; 12:48) Algumas pessoas tentam provar que haverá duas ressurreições da matéria, citando Apocalipse 20. Mas esta passagem não trata de ressurreições da matéria. O assunto central do Apocalipse é a pergunta de 6:10. Neste versículo, as almas daqueles decapitados por amor de Cristo estão em baixo do altar do céu, perguntando por quanto tempo ainda esperariam até que fossem vingados e quando aqueles que os mataram seriam julgados. É dito a eles que esperem um pouco mais. Quando o livro se abre, vemos o julgamento de Deus sobre aqueles que mataram os primeiros cristãos. Finalmente, no capítulo 20, vemos esses mártires sendo levantados e saindo debaixo do altar do céu, para se assentarem nos tronos da vitória. Esta ressurreição não tem nada a ver com a ressurreição de nossos corpos da cova, mas é uma ressurreição das almas no céu. As passagens que tratam da ressurreição dos corpos mortos da terra (João 5:28-29, etc.) ensinam claramente que todos serão ressuscitados ao mesmo tempo.

E sobre a grande tribulação?

Está na moda ensinar que Jesus voltará secretamente e arrebatará seus fiéis, e que o mundo então passará por um período de 7 anos de sofrimentos. A idéia desse período de 7 anos de tribulação, quando o Senhor voltar, não é nem sequer sugerido na Bíblia, muito menos ensinado. A Bíblia certamente ensina que os cristãos sofrerão tribulação (João 16:33; Atos 14:22; 2 Timóteo 3:12). E há períodos de tribulação ainda maior, tal como o que ocorreu quando Jerusalém foi destruída (Mateus 24:21) ou como aquele que as igrejas do Apocalipse sofreram (Apocalipse 1:9; 2:9-10; 7:14). Mas nenhuma passagem da Bíblia menciona um período especial de 7 anos de tribulações na volta de Cristo.

E sobre o anticristo?

A palavra anticristo é mencionada em 3 capítulos da Bíblia: "Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos anticristos têm surgido, pelo que conhecemos que é a última hora. Eles saíram de nosso meio; entretanto não eram dos nossos; porque se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos. . . . Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho" (1 João 2:18-19,22). "E todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem, e presentemente já está no mundo" (1 João 4:3). "Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo" (2 João 7). A idéia moderna do anticristo é a de um futuro líder político, que se levantará dentre os incrédulos para se empenhar em um conflito militar contra Cristo. Mas estes textos bíblicos falam de muitos, não de um só. Eles falam de anticristos que estavam presentes, não de futuros. Eles dizem que eles se levantam dentre os cristãos, não dentre os incrédulos. As escrituras mostram que os anticristos são falsos mestres, e não líderes políticos. E falam de um conflito espiritual, e não militar, contra Cristo. É notável que uma idéia, tão completamente oposta ao que as Escrituras ensinam, possa ter sido tão largamente aceita.

Em qualquer estudo sério da Bíblia, temos que deixar as idéias humanas e as especulações de lado e voltar a um exame cuidadoso das Escrituras em contexto. Quando fazemos assim, o ensinamento sobre a volta de Cristo fica bem claro.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Convertei-vos e crede no Evangelho!

“O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!” Esta frase marca o final do Evangelho do 1º Domingo da Quaresma. Como ouvimos, Marcos narra o ambiente e as circunstâncias da tentação de Jesus. Estamos diante de três elementos: o deserto, os anjos e o diabo. Os três são elementos que representam o árduo caminho da Quaresma, iniciado na Quarta-feira de Cinzas, cuja grande missão nesse tempo é a conversão.

O deserto indica um local de provação. Jesus é o novo Israel que passa quarenta dias no deserto e vence a tentação, permanecendo fiel à vontade divina e à Sua Aliança.

O diabo e os anjos representam o interior de cada um de nós. Dentro de nós pode morar um anjo e um diabo. Quando nos damos de corpo e alma a Deus, em nós sobressai o lado angélico mas quando nos damos aos prazeres da carne, então fala mais alto o lado diabólico.

Vivemos num mundo onde há pessoas com corações diversificados. Há aqueles que são mais compreensivos e curtem a paz, até mesmo em momentos críticos. São os que têm como razão viver o cultivo da vida interior com Deus e em Deus. Para estes, os anjos do Senhor, constantemente, os servem com a paz, a fortaleza, a sabedoria, o temor de Deus e assim por diante. Mesmo que tenham um temperamento forte, sabem controlar seus impulsos e instintos.

Todos nós sabemos que os animais reagem a impulsos e instintos. E isso também existe dentro de cada um de nós, quando não fazemos usa da nossa liberdade e vontade que, vindos de Deus, deveriam ser usados para escolher sempre o bem. Em alguns, aparece, esses dois elementos indomáveis. Trata-se de pessoas impulsivas, que “primeiro fazem e depois pensam”. O demônio acaba existindo em quem vive tão somente pelo instinto, incapaz de ter qualquer controle sobre si próprio.

No deserto – local da sede, da fome e da provação – Jesus é tentado por Satanás. Sendo um homem igual a cada um de nós, Cristo poderia ter se deixado levar pelo instinto e pela impulsividade do diabo. Mas não. Ele vence a tentação optando pelo serviço dos anjos; isso acontece pela fidelidade ao plano divino. Eis a diferença entre nós e Ele!

Enquanto, muitas vezes, nos deixamos vencer pelo diabo, Jesus o desafia. E então, “Aquele que é fiel”, envia os Seus anjos para servir a Seu Filho. O que vemos em Jesus é um exemplo para vencermos as tentações.

Os nossos desertos são muitos e podem ser localizados na nossa cidade, na nossa casa. Podem estar na nossa família, na escola ou no trabalho. Nos locais onde vivemos e trabalhamos, a tentação aparece e faz transparecer o controle que temos de nós mesmos.

Quero lembrar a você que esse tipo de reação não se trata com “controles mentais” ou “técnicas de relaxamento” ou por meio de uma consulta ao psicólogo ou psicanalista. Isso pode ajudar, mas a proposta da espiritualidade cristã diz que a vida interior só se resolve a partir do momento em que optamos por Deus.

É o que fez Jesus, pois existe dentro de nós uma duplicidade: ou optamos por Deus e Ele nos serve ou deixamos que nossos impulsos e instintos apareçam e tomem conta da nossa vida a ponto de nos “infernizar”. Desta forma, caímos nas malhas do diabo que procura nos dominar o tempo todo.

A vida interior só se torna divinizada à medida que formos capazes de nos esvaziar de nós mesmos, de tirar de nós os instintos e os impulsos, para acolher com simplicidade, humildade e no espírito de pobreza, o que Deus nos oferece por meio do Seu Filho manso e humilde de coração.

Portanto, neste tempo quaresmal, o nosso primeiro empenho é acolher o convite à conversão: “Convertei-vos e crede no Evangelho!” E converter-se, hoje, significa considerar a vida interior de cada um de nós. Ver o que é mais saliente em nós: o lado divino ou o lado dos impulsos e instintos? O lado divino ou o lado humano?

Lapidai-me, ó Deus, para que, convertido, eu possa acolher o vosso Reino. E que, acolhendo-o em minha vida, os vossos anjos me venham servir como fizeram a Jesus. Amém.

Padre Bantu Mendonça

Fonte: Blog Canção Nova/Homilia Diária

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Ao servirmos ao próximo encontramos a verdadeira alegria

No longo processo de sua formação, os discípulos foram sendo instruídos no modo de ser característico de quem aderiu ao Reino de Deus. Jesus ensinou-os a serem solidários, a cultivar a união fraterna, a estarem sempre prontos para servir. Não foram educados com critérios humanos de superioridade ou inferioridade, pois entre eles deveria reinar a igualdade.

As lições do Mestre nem sempre encontraram corações abertos para acolhê-las. Os discípulos mostravam-se reticentes em abrir mão de sua mentalidade. Daí, a preocupação em saber quem, dentre eles, seria o maior, ou seja, quem teria autoridade sobre os outros, quem seria o mais importante objeto da reverência e do respeito dos demais. Tudo ao inverso do que lhes fora ensinado pelo Senhor Jesus!

E então, Jesus resume, numa frase, um princípio de ação que deveria nortear a vida do discípulo: “Quem quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. Esta era Sua pauta de ação. Ele se apresentava como Servo. E Sua vida definia-se como serviço a todos, sem distinção.

Cristo nunca esteve em busca de grandezas, muito menos reduziu os discípulos à condição de escravos Seus. Não se preocupou em granjear a estima e a reverência alheias, a qualquer custo. Simplesmente seguiu o Seu caminho de servidor, esforçando-se por satisfazer as carências e os sofrimentos humanos. Apresentou-se como exemplo a ser imitado!

Vivemos dias de muita insegurança e decepções com respeito ao comportamento das pessoas. É muito comum, hoje – talvez muitos influenciados pelos meios de comunicação social em geral – a vontade incontestável de crescer socialmente, de “subir na vida”, mas não no sentido espiritual e sim material, para se tornar “celebridade”.

A busca de glória, fama, cargo. Tudo isso, porém, só se pode satisfazer plenamente quando for estruturado na sua raiz, pelo que é bom, pelo que é honesto, alicerçado em Deus.

Você que busca a glória humana, saiba que a celebridade social é muito falsa, fingida e cheia de interesses anexos que vão frustrando aqueles que a alcançam e alcançaram. Até porque num “piscar de olhos” se acaba e a pessoa se sente completamente só e ignorada por aqueles que a aplaudiam enquanto lhes interessava.

Nesse trecho do Evangelho de Marcos, Jesus adverte os apóstolos e lhes diz: “Se algum de vocês quer ser o maior, seja o menor, seja o último, seja aquele que serve.” Quando nos atemos às palavras de Jesus e procuramos segui-las , colocando-as em prática na nossa vida, descobrimos que servir é melhor do que ser servido.

Quando damos um presente como sinal de grande amizade sentimo-nos plenamente realizados só em sentir a alegria e contentamento de quem o recebeu. Ele será, certamente, algo que nunca nos deixará esquecidos por aquele amigo ou por aquela família.

A doação sincera – seja ela material ou espiritual – produz em nós uma alegria inigualável, fruto da presença do nosso Deus, que nos criou, principalmente, para amarmos a todos como Ele nos ama.

A realização pessoal verdadeira não é aquela que faz das pessoas celebridades sociais com um tempo muito curto de glória, mas sim é aquela que nos realiza como verdadeiros seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus.

Os apóstolos tornaram-se verdadeiras “celebridades” para as coisas de Deus. Todos simples, sem estudos e preparo, foram chamados por Jesus e capacitados para a missão de divulgar a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. Eles são e serão até o fim dos tempos as verdadeiras “celebridades”: simples, sem arrogâncias e nunca esquecidas.

Somos também chamados a ser “celebridades”, desde que na humildade, simplicidade e sem aspiração de grandezas. Celebridades do bem!

Peçamos ao Pai celeste que tire do nosso coração os ideais mundanos de glória e nos coloquemos no verdadeiro caminho para sermos glorificados por Ele, fazendo-nos servos de todos.

Padre Bantu Mendonça

O que é ser Santo?

Ser um homem santo significa ser puro em todo o nosso ser. Sem dúvida, inclui ser irrepreensível em todas as questões que são visíveis aos outros: na conduta, na conversa, no modo de se vestir, nos hábitos e no estilo de vida.

A santidade é bem mais profunda, do que podemos avaliar. A verdadeira santidade é produzida no coração do homem, pelo Espírito Santo que habita em nós. Significa ser puro no interior, onde somente Deus consegue ver. Significa ter atitudes, valores, pensamentos, e motivações que sejam santos. Ser santo é ser como Jesus: “… santo, inculpável, sem macula, separado dos pecadores” (Hb 7.26).

Infelizmente, nós temos nos avaliado de acordo com os padrões do mundo e temos nos contentado em sermos relativos com as coisas espirituais. Em outras palavras, em comparação com a sociedade em geral, consideramos que estamos razoavelmente bem. Entretanto, não existe santidade “relativa”. Não dá para ter só um determinado grau de santidade. Ou nós somos santos ou não.

São Paulo queria que os coríntios fossem diligentes e exaustivos na eliminação de todo o fermento da igreja. Nas escrituras, fermento geralmente é uma figura de pecado, de algo que contamina. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? (1 Cor 5,6). Não se pode permitir que qualquer coisa impura venha macular a casa do Deus santo.

São Paulo enfatizou, muitas vezes, a necessidade de ter absoluta pureza moral na Igreja de Jesus Cristo, que entregou a própria vida para santificá-la. “Mas a prostituição e todo o tipo de impureza ou cobiça nem sequer sejam mencionados entre vós, como convém a santos, nem haja incidências, nem conversas tolas, nem gracejos obscenos… Pois é vergonhoso até mesmo mencionar as coisas que eles (as pessoas não regeneradas) fazem as escondidas” (Ef 5,3.4,12). O que ele está dizendo? Vocês são santos! Portanto, vivam como santos! “Não permitam que pecado algum, por menor que seja, contamine o templo de Deus”.

Sem santidade genuína e praticada, não podemos experimentar a presença da glória de Deus no nosso meio. E sem a sua presença, não temos nenhuma diferença essencial de qualquer clube ou instituição social.

“Procurai a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, vigiando atentamente que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus” (Hb 12,14).

Sejam Santos

Deus abençoe

Kenedy Sila

domingo, 19 de fevereiro de 2012

O sinal da vitória de Cristo O sinal da vitória de Cristo O sinal da vitória de Cristo

A transfiguração de Jesus se encontra também em Mateus (17,1-8) e Lucas (9,28-36), mas cada um deles trabalhou, a seu modo, a narrativa dentro de seus objetivos específicos. Marcos a inseriu no início da segunda parte de seu Evangelho. A partir de 8,31 temos um novo início; daí para frente, Jesus vai dedicar a maior parte do Seu tempo ensinando aos discípulos o sentido profundo de Seu messianismo. Responde-se, assim, a pergunta fundamental de Marcos: “Quem é Jesus?”. Nesta interrogação também se responde a uma outra pergunta, não menos importante que a primeira: “Quem é o discípulo de Jesus?”. Todavia, o retrato dos discípulos é lamentável aqui.

Na primeira parte do Evangelho de Marcos, Jesus é incompreendido pelos “de fora”, acusado de blasfemar, de ser um possesso, louco e impuro. Mas os discípulos, o que pensam d’Ele? Pedro, representando todos os que pretendem se unir ao Mestre, afirma que Jesus é o Messias. Mas o Senhor proíbe, severamente, os discípulos de falar alguma coisa a respeito d’Ele. Marcos insere aqui o primeiro anúncio da Paixão. Pedro, representando mais uma vez os discípulos, torna-se “satanás”, porque pretende que o messianismo de Jesus se baseie nos moldes tradicionais.

E agora? A proposta messiânica de Jesus irá vencer? A Transfiguração responde afirmativamente que o Senhor irá vencer. Contudo, vale a pena recordar que a Transfiguração olha mais para nós do que para Jesus. Em outras palavras, nós precisamos dela mais do que Ele. Ela nos garante que, em Jesus, o projeto de Deus será vitorioso, porque é garantido pelo Pai. A Transfiguração é, portanto, o sinal da vitória de Jesus e de Seu projeto.

Jesus Cristo sobe uma alta montanha com Pedro, Tiago e João, três dos quatro primeiros escolhidos. A cena recorda Êxodo 24, quando Moisés é convidado a subir a montanha de Deus em companhia de Aarão, Nadab, Abiú e setenta anciãos. Somente Moisés se aproximou de Deus e, ao descer do monte, contou ao povo tudo o que o Senhor lhe havia dito. A resposta do povo é uma só: “Faremos tudo o que Deus disse” (cf. Ex 24,1-3).

Marcos afirma que “as roupas de Jesus ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar”. Essa transformação aponta para a realidade da ressurreição de Jesus. Ninguém, nem mesmo a morte, poderá deter o projeto do Reino, pois o Mestre vai ressuscitar depois de três dias.

Moisés e Elias conversam com Jesus. Eles representam, respectivamente, a lei e os profetas, isto é, todo o Antigo Testamento. Moisés é o líder da libertação do Egito. O comparecimento deles vem dar testemunho de Jesus, o Libertador definitivo, prometido e prefigurado nos líderes do passado. Elias é o restaurador do Javismo no Reino do Norte, no tempo do rei Acab; ele é o profeta que libertou o povo da idolatria que gera opressão. O Antigo Testamento testemunha que Jesus veio para nos libertar mediante a entrega total de Sua vida.

Nuvem, esplendor, personagens e, sobretudo, a voz que sai da nuvem são modos de indicar a presença de Deus no acontecimento. O próprio Pai garante que Jesus é Seu Filho amado, a quem é preciso dar adesão. Nesse versículo, temos um dos pontos altos do Evangelho de Marcos. Desde o início, afirma-se que Jesus é Filho de Deus (1,1) e, ao ser batizado, o Pai diz: “Tu és o meu Filho amado, em ti encontro o meu agrado” (1,11). O termo “filho” recorda o Salmo 2,7, no qual um rei é declarado filho de Deus. Jesus é esse Rei, mas Seu messianismo passa pela entrega da vida.

Pedro representa todos nós quando pretendemos viver a alegria da ressurreição sem passar pela entrega e pela morte. O julgamento que Marcos faz de Pedro e de todos os seguidores de Jesus é muito severo: “Ele não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo”. No fim de tudo, os discípulos se perguntam o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”. O tema da ignorância dos discípulos é muito forte no Evangelho de Marcos. É impossível saber quem é Jesus sem ir com Ele até a cruz, sem passar pela morte, sem voltar à Galileia para anunciar, por meio de uma prática libertadora, que o Mestre está vivo.

Pedro – e todos nós com ele – sofremos de ignorância crônica sobre quem é Jesus. Por isso“escutar o que Ele diz” significa ir com Ele até o fim. Mas não nos assustemos, pois é preciso que com Marcos confessemos que “Jesus é o Filho de Deus” e O sigamos. E, assim como os discípulos viram Moisés e Elias falando com Jesus, também nós O veremos cheio de esplendor e glória. Ele é a única autoridade credenciada pelo Pai e está conosco para sempre.

Padre Bantu Mendonça

A fé supera tudo e vence barreiras

O centro da cura, narrada neste Evangelho do sétimo domingo do Tempo Comum, é novamente a cidade de Cafarnaum. A cura ocorre dentro de uma casa, no interior de um lar, lugar de paz, alegria, perdão, amor e vida. Jesus, ciente disso, começa a anunciar os valores que estão contidos no conceito “casa”, ou seja, lar, que também pode significar família. Aliás, eles são o conteúdo de Sua mensagem salvífica. E porque a Sua palavra cura, transforma, liberta e salva, muita gente se reúne à Sua volta.

Feliz ou infelizmente, o público é diversificado. Existem aqueles que procuram Cristo como “meros espectadores”, ou seja, vão para se divertir, passar o tempo. Uns vão por curiosidade; outros, porque seguem o movimento dos demais. Alguns O procuram a fim de encontrar motivos para acusá-Lo de blasfemia e entregá-Lo à morte. Porém, há também os que O procuram e veem em Jesus Nazareno a solução de todos os seus problemas e, como se não bastasse, Aquele que pode perdoar os pecados dos homens como o Salvador do mundo.

Independente dos motivos, Jesus simplesmente os recebe com humildade e simplicidade para lhes revelar as realidades do Reino de Deus. O que é o Reino de Deus para Jesus, senão o momento no qual todos são incluídos, com suas diferenças, em um só rebanho? O Messias fala de um Reino onde não há grandes nem pequenos, nem sábios nem ignorantes; ao contrário, todos ensinam e todos aprendem. Nesse lugar, o diálogo é possível, pois a razão fala mais alto do que a força. No Reino de Deus, todos são um só n’Ele e por Ele. Todos saboreiam a beleza da vida!

É nesse ambiente que surgem os amigos do pobre paralítico. Eles, pelo simples fato de serem amigos de um doente, já mostravam que não se viam melhores ou piores do que ele. Dentre tantos obstáculos do seu dia a dia, depararam-se com um maior do que poderiam imaginar: uma enorme multidão que não lhes dava espaço para fazer chegar o paralítico diante de Jesus. Apenas o levaram movidos pela fé. Graças a ela e só por ela, conseguiram encontrar uma solução para a doença do amigo.

A fé supera tudo. E a fé em Jesus faz da pessoa mais do que uma vencedora, pois, como vimos, os amigos perseverantes, confiantes e esperançosos lutaram até o fim para levar o paralítico até o Senhor. E o “fim” foi fazer um buraco no telhado e, por ali, descer o doente.

Graças à ousadia daqueles homens, o local em que não havia lugar para os excluídos tornou-se espaço de cura e libertação de todos os pecados. É assim que Deus vem ao encontro daqueles que n’Ele esperam e confiam. Os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mudos falam, os coxos andam, a Boa Nova é anunciada aos pobres. Isso significa dizer que os céus se abrem para acolher todos aqueles que, renunciando à vida de pecado, se entregam a Deus.

Nesta luta, é fundamental não desistir, mas lutar até o fim. Assim como aqueles amigos do paralítico, pois acreditaram que Cristo era diferente, porque a Sua mensagem era diversa dos demais mestres da Lei e fariseus. Portanto, aquele “pobre paralítico” tinha de ouvi-la.

A partir disso, quero fazer um convite a você. Vamos nos empenhar para que os doentes da nossa família, da sociedade e de nosso país ouçam esse Jesus, cuja mensagem é a Boa Nova da Salvação. Corramos o risco, visto que a única saída para que os nossos sejam atendidos é o “buraco no teto”. Vamos e subamos a esse Jesus que é inigualável. Essa é a atitude de fé de quem entende que Ele é único.

Saiba que a fé capaz de despertar a admiração de Jesus Cristo não está no milagre da cura, mas no milagre do Reino, pois, por meio dele podemos nos aproximar, com ousadia e sem intermediários, da presença de Deus. A fé que causa espanto em Cristo é daqueles que entendem que a mensagem do Reino é inigualável, pois quebra todas as barreiras. A fé que move a mão de Jesus é de que, no Reino, todos somos realmente “o próximo do outro” e, portanto, nos preocupamos uns com os outros.

Ao nos preocuparmos com o bem-estar do próximo, também Cristo nos dá o necessário, pois “é dando que se recebe, é amando que se é amado, é perdoando que se é perdoando, é morrendo que se ressuscita para a vida eterna”, nos ensina São Francisco de Assis.

Por mais que, naquele momento, os amigos desejassem ver o paralítico curado, a fé deles já os havia curado, pois entenderam a importância da mensagem do Reino.

Nessas condições não há mais pecados, pois estes foram perdoados. E somente aquele paralítico podia entender a profundidade da afirmação de Jesus em sua vida. Se ele entendeu que, em Cristo, nada mais o separava de Deus, então ele foi alvo do perdão do Pai, pois ninguém se aproxima d’Ele com tamanha fé se antes o próprio Deus não o tiver perdoado.

Fazer o paralítico andar foi um sinal não para esse homem enfermo, mas para mim e para você que ainda não enxergamos a realidade do Reino. A cura física desse homem é a representação terrena, carnal e física daquilo que Deus – por meio da Sua Palavra – pode fazer em mim e em você todas as vezes que, abrindo o coração, O acolhemos com fé, esperança e confiança.

Padre Bantu Mendonça

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Jovens não Durmais na Fé!

O Santo Padre Bento XVI Decretou o ano de 2012 como o ano da fé. Muitos não entendem o para quê de um ano dedicado a Fé, até acham que a Igreja é cafona, é antiga por abordar um tema como este em plena era da modernidade. Jovem você precisa ter uma fé firme, alicerçada em Jesus. Não podemos estar dormindo na fé, ou nos deixando levar por qualquer doutrina de esquina que tem nome de Igreja. Precisamos com a nossa vida testemunhar a fé que aprendemos dos nossos antepassados, não posso ter vergonha, ou eu abraço a fé ou não abraço. Fé não se tira, onde quer que eu vou preciso lá testemunhar minha fé, meu amor a Jesus e a Igreja. Nos nossos dia vemos pessoas dizerem "Quando eu era Católica" ou "Agora aceitei Jesus", essas pessoas na verdade foram Católicas só de nome e não de atitudes, não tiveram uma fé alicerçada em Deus, mas pararam nos outros, antes de mais nada eu preciso ser Católico de atitudes, não podemos parar nos erros das pessoas, a minha fé não depende dos outros. A Igreja é mãe, ela é tua mãe, jovem, procura conhece-lá, pois só se ama aquilo que se conhece, como posso dizer que amo a Igreja se eu não a conheço de verdade? Pra amar é preciso conhecer, gastar tempo pesquisando, é como um namoro preciso conhecer bem a pessoa, o que ela gosta, o que pensa, precisa-se lançar neste conhecimento. Não tenha medo de amar a Igreja, ela é santa, entre com coragem na Barca de Pedro e dê a sua vida por ela. É preciso viver em tudo da fé, aprender com os santos e santas a sermos homens e mulheres de fé, que não desiste diante dos sofrimentos e das dificuldades. A Igreja é Guardiã da fé que aprendeu dos Apóstolos e dos santos pais da fé, Sabe por que ela é tão perseguida??? Por que não faz outra coisa senão continuar a missão de Jesus. É um grande desafio diante de um mundo paganizado, que quer tirar Deus do centro, continuar firme, levando esta Santa Doutrina, é um remar contra a correnteza, mas , eu digo pra você coragem! Não desanime! A Igreja conta com Você. Saiba que se queres entrar pra valer nesta barca virás à perder sua vida. Se é pela Igreja entregue-a com amor. Leve esta tua mãe pra escola, pra faculdade, para tua empresa, para o teu trabalho, apresente ela aos teus amigos, defenda-a dos ataques com amor. Seja na verdade um Católico fiel.
Chega! De uma fé murcha, crie raízes sólidas. Leia a vida dos santos, se aprofunde no catecismo. A coisa mais bela é um jovem que vive com alegria e coragem a sua fé, não tem medo que os outros o vejam. Santa Teresa de Ávila Dizia " Em tudo sou filha da Igreja!" e Outra grande mística Santa Catarina de Sena vem nos ensinar "Quando eu morrer a única causa de minha morte foi meu amor pela Igreja." E você esta disposto a dar sua vida por ela se preciso for? Não leve a sua fé empurrando com a barriga. Seja coerente. Eu preciso dizer pra você, o que seria de mim sem a Igreja Católica? Sem ela onde eu estaria agora?
Quero terminar contando uma historinha pra você. "Certo homem chegou numa Igreja antes de começar a Santa Missa, tinha numa das mãos um revolver, chegando na frente do altar perguntou com voz forte e ameaçadora, quem aqui é Católico de verdade? Levante a mão! Todos ficaram com medo, batiam ate o queixo de tamanho medo que sentiam, pensavam ele vai nos matar, mas, ali tinha uns corajosos, uma meia dúzia de gato pingado levantou a mão, então o homem disse: Quem não for Católico se levante, pois eu só gosto de participar da Missa com Católico de verdade.”

Que Deus te abençoe nesta sua caminhada de Fé.

Dimas – Comunidade Canção Nova

A Palavra de Jesus nos cura de toda cegueira

Na umidade interior da boca, a saliva tem – como a água – grande importância, porque une e dissolve os alimentos, pode curar ou corromper, suavizar ou insultar violentamente quando transformada em cuspe. O órgão da saliva é a língua, como na relação entre a lágrima e os olhos. A língua, como um pequeno leme, governa nossa embarcação; ela é fértil, e seu fruto maduro e criativo é a palavra.

Para despertar a Palavra, para libertar o Verbo, Jesus empregará Sua saliva sob os olhos daquele cego. Para impedir a Palavra e aniquilar o Verbo, cuspiram sobre o rosto de Jesus.

Língua e saliva. Como órgão do paladar e do gosto, a língua é símbolo do discernimento. Ela separa o bom do ruim, distingue, aparta e isola como um chicote, uma faca ou espada.

A língua é considerada uma chama, cuja forma e mobilidade é como o fogo que destrói e purifica. Como instrumento da palavra, a língua edifica e arrasa. Comparada ao fiel de uma balança, a língua julga. Comparada a um pequeno leme, dirige o navio inteiro. A língua é como o fogo, o único animal que ninguém consegue dominar (cf. Tg 3,2-12). Na maioria das vezes, o termo significa a própria palavra. Quando a palavra língua é empregada sem qualificativo, em geral designa a má língua. Como você tem utilizado a sua língua?

Na Bíblia, a saliva evoca a vida, a cura e a salvação. Tocados pela saliva, os cegos veem, surdos ouvem e mudos falam. Ao promover com os dentes e a língua uma intimização da pessoa com o alimento – por todos os critérios de reconhecimento derivados do paladar -, a saliva fala do nosso desejo de um sustento espiritual, de alimentar-se do divino.

A saliva de Jesus é muito mais do que simplesmente um líquido transparente e insípido, segregado pelas glândulas salivares na base da língua que serve para fluidificar os alimentos, facilitar sua ingestão e digestão. A saliva de Jesus cura e liberta.

Associada aos alimentos, a saliva serve para uni-los e dissolvê-los, pode curar ou corromper, suavizar ou ofender. Cuspir no rosto é um gesto grave com consequências na tradição judaica. Quem cospe em alguém não foi capaz de reter sua ira, seu ódio e transforma sua saliva luminosa em cuspe, em “não-luz”. Na Bíblia, cuspir no rosto de alguém é uma suprema vergonha, punida de lepra (cf. Nm 12,14).

O tema da cegueira é bastante central na missão de Jesus. Não há dúvida de que, entre as curas, as mais relevantes devolveram a visão aos cegos. Na tradição judaica, “abrir os olhos” era a cura messiânica por excelência, o sinal para a identificação do verdadeiro Messias, segundo a tradição profética.

Quem se encontra na cegueira não vê nada. Só é possível ver quando se é tocado pela saliva e pela Palavra de Jesus Cristo, pela fertilidade da Água Viva.

Somos vitimados pelas mais diversas cegueiras. Não vemos sequer a maior das certezas: a realidade da morte fruto do pecado. E vivemos muitas vezes como se fossemos “imortais”. O mistério da vontade divina é o seu desejo de salvação para todos (cf. Ef 1,9).

Somos cegos e devemos aceitar nossa condição humana: não vemos a luz. Aceitar também, sem contestação, que o sopro e a Palavra de Jesus que está por detrás da saliva habitem nosso pó, sinais da presença de Cristo, de nossa divinização e da fonte da nossa salvação. Jesus, ao cuspir e passar a saliva nos olhos do homem, ao pôr a mão sobre ele e perguntar se ele via alguma coisa, nos convida a mergulhar em nossa condição humana e suas racionalidades com uma nova consciência. Só n’Ele, por Ele e com Ele conseguimos enxergar perfeitamente o caminho que nos leva ao Pai.

Agora lavados com e pela saliva de Jesus, temos os nossos olhos abertos. Vemos, sabemos e conhecemos o que nos pode matar. E para tal já não podemos voltar para o povoado. Povoado, aqui, quer dizer voltar para a vida de pecado que gera a nossa morte e a perdição dos nossos.

Padre Bantu Mendonça