terça-feira, 31 de maio de 2011

Os macacos e as Bananas


Fala galera, paz e bem!

Vamos a mais uma parábola bem bacana que nos ajudará a não viver pelas aparências e na exclusão.

Diante de uma vitrine atrativa, um menino pergunta o preço dos filhotes à venda.

- Entre 30 e 50 reais, respondeu o dono da loja.

O menino puxou uns trocados do bolso e disse: – Eu tenho 2, 37 reais, mas eu posso ver os filhotes?

O dono da loja sorriu e chamou Lady, que veio correndo, seguida de cinco bolinhas de pelo.

Um dos cachorros vinha mais atrás, mancando de forma visível. Imediatamente o menino apontou aquele cachorrinho e perguntou: – O que há com ele?

O dono da loja explicou que o veterinário tinha examinado e descoberto que ele tinha um problema na junta do quadril, sempre mancaria e andaria devagar. O menino se animou e disse: – Eu vou comprar esse cachorro! O dono da loja respondeu:

- Nao, você não vai querer comprar esse. Se você realmente quiser ficar com ele, eu lhe dou de presente.

O menino ficou transtornado e, olhando bem na cara do dono da loja, com o seu dedo appontado, disse: – Eu não quero que você o dê a mim. Aquele cachorrinho vale tanto quanto qualquer um dos outros e eu vou pa

gar tudo. Na verdade, eu lhe dou 2,37 reais agora e 50 centavos por mês, até completar o preço total.

O dono da loja contestou: – Você não pode querer realmente comprar este cachorrinho. Ele nunca vai poder correr, pular e brincar com você e com os outros cachorrinhos.

Aí, o menino abaixou e puxou a perna esquerda da calça para cima, mostrando a sua perna com um aprelho para andar.

Olhou bem para o dono da loja e respondeu: – Bom, eu também não corro muito bem e o cachorrinho vai precisar de alguém que entenda isso.

Nossos defeitos

Fala galera, paz e bem!

Vamos a mais uma parábola bem bacana que nos ajudará a não viver pelas aparências e na exclusão.

Diante de uma vitrine atrativa, um menino pergunta o preço dos filhotes à venda.

- Entre 30 e 50 reais, respondeu o dono da loja.

O menino puxou uns trocados do bolso e disse: – Eu tenho 2, 37 reais, mas eu posso ver os filhotes?

O dono da loja sorriu e chamou Lady, que veio correndo, seguida de cinco bolinhas de pelo.

Um dos cachorros vinha mais atrás, mancando de forma visível. Imediatamente o menino apontou aquele cachorrinho e perguntou: – O que há com ele?

O dono da loja explicou que o veterinário tinha examinado e descoberto que ele tinha um problema na junta do quadril, sempre mancaria e andaria devagar. O menino se animou e disse: – Eu vou comprar esse cachorro! O dono da loja respondeu:

- Nao, você não vai querer comprar esse. Se você realmente quiser ficar com ele, eu lhe dou de presente.

O menino ficou transtornado e, olhando bem na cara do dono da loja, com o seu dedo appontado, disse: – Eu não quero que você o dê a mim. Aquele cachorrinho vale tanto quanto qualquer um dos outros e eu vou pa

gar tudo. Na verdade, eu lhe dou 2,37 reais agora e 50 centavos por mês, até completar o preço total.

O dono da loja contestou: – Você não pode querer realmente comprar este cachorrinho. Ele nunca vai poder correr, pular e brincar com você e com os outros cachorrinhos.

Aí, o menino abaixou e puxou a perna esquerda da calça para cima, mostrando a sua perna com um aprelho para andar.

Olhou bem para o dono da loja e respondeu: – Bom, eu também não corro muito bem e o cachorrinho vai precisar de alguém que entenda isso.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

AMOR OU PRAZER?

Enquanto a finalidade do nosso amor for o prazer egoístico, seremos desonestos para conosco e para com aqueles que pretendemos amar, procurando não o seu bem, mas o nosso interesse em obter prazer. O amor gera atitudes de superação dessa egoísta dimensãodo prazer. O prazer é bom à medida que se une ao amor para a busca do que é realmente bom.

Amar o outro é querer o seu verdadeiro bem, num amor que é fundado na verdade. A verdade que devemos amar é a santidade que o amor de Deus quis para o outro. Amor ou prazer? Ser gente implica as duas realidades, uma complementa a outra. É inteiro aquele que sabe integrar em si as duas realidades.

A verdadeira felicidade se encontra no amor que aumenta à medida que é repartido, mas ele só pode ser perfeitamente dado quando é também recebido. Seu bem integral está no bem daquele que deve ser amado.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Dia 24 de Maio, Maria, Auxiliadora dos Cristãos



Ao longo da história da Igreja, o Povo de Deus, lembrado das palavras de Maria: "Todas as gerações me chamarão de Bem-aventurada porque fez em mim grandes coisas o Poderoso" (Lc 1, 48) e refletindo na grandeza de Nossa Senhora pela sua cooperação no plano da salvação, foi como que enriquecendo o seu manto com títulos, que demonstram a confiança, o amor dos filhos para com a Mãe.

Na criação do mundo, a primeira mulher, Eva, atrapalhou o plano Divino original, e trouxe a desordem para a natureza, que até hoje lembramos como pecado original. Naquele tempo, porém "Deus mostrou misericórdia a nossos pais" (Lc 1, 72), prometendo enviar outra mulher, Maria de Nazaré, para restaurar e salvar o mundo por seu filho, Jesus Cristo, Deus e Homem verdadeiro, único, capaz para reconciliar-nos com Deus Pai e Nosso Criador.

Essa criatura amada e pensada pela Divina Providência é Maria, cheia de graça, como o Anjo Gabriel lhe disse naquele tempo:

"Ave, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois entre todas as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". Maria respondeu com humildade: "Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim de acordo com o que você me falou" (Lc 1, 26-38).

Esse SIM, humilde e generoso, mudou a história da humanidade, contribuindo em grau eminente na salvação da humanidade, caído pela rebelhão de Adão e Eva, e elevado pela Maria Santíssima e seu Filho Jesus, Salvador.

São João Bosco, fundador da Congregação Salesiana, espalhou a devoção a Nossa Senhora invocada em todo mundo com este título: AUXILIADORA, que lembra a perene proteção de Maria Santíssima, sobre a Igreja e sobre o Papa. Os fiéis intuíram a intervenção sobrenatural de Nossa Senhora, invocada como AUXILIADORA e na Obra de Oratório, com muito acerto chamaram-na "A VIRGEM DE DOM BOSCO."

Já em 1824, Joãozinho Bosco, criança de 9 anos, como ele mesmo conta, teve o primeiro sonho profético, em que lhe foi manifestado o campo do seu futuro apostolado e ouviu a voz misteriosa do Senhor dizer-lhe: "DAR-TE-EI A MESTRA." E logo, apareceu a Senhora de aspecto majestoso que o animou a trabalhar, para corrigir o comportamento dos meninos malcriados.

Nossa Senhora apareceu freqüentemente nos sonhos de Dom Bosco e foi a estrela do seu apostolado. Ele a chamava Mãe e sustentadora, socorrendo a Congregação Salesiana, especialmente toda vez que precisava-se auxílio extraordinário para atender as necessidades dos meninos pobres e abandonados, não só materiais, mas sobre tudo quando suas almas corriam perigo.

E, durante toda a sua vida Dom Bosco foi incansável em fazê-la conhecer, amar e honrar. Discursos, conferências, livros, festas: seriam necessários muitos volumes e muito tempo para recordar todas as iniciativas de seu fervor mariano.

Com a construção da Basílica de Maria Auxiliadora de Turim, em 1868, o Santo quis erguer um monumento eterno do seu amor e dos seus filhos espirituais, à celeste Mãe. Teve sempre ternura de filho no seu amor e no seu reconhecimento para com Ela, que o guiou e socorreu com a sua visível e por vezes miraculosa proteção.

"Maria Santíssima é minha Mãe – dizia Dom Bosco. Ela é minha tesoureira. Ela foi sempre a minha guia." Em suas conferências Dom Bosco sempre procurava responder a estas três perguntas:

Por que a honramos? Por que a invocamos? Por que é Auxiliadora?

Porque Ela é Mãe de Deus, Mãe de Jesus Cristo e nossa mãe.

A Igreja nos ensina também que Maria é a Medianeira de todas as graças. Porque Maria Santíssima, modelo perfeito de todas as virtudes, nos ensina com seu exemplo como devemos imitar a seu Divino Filho. Precisamente, na imitação das virtudes de Maria se manifesta verdadeira nossa devoção. E estas virtudes de Nossa Senhora, nós vamos encontrar nas páginas de Evangelhos: A obediência, a humildade, a pureza de coração. Por motivos históricos e litúrgicos, quando falamos de Maria Santíssima como Auxílio dos Cristãos, logo Ela nos aparece como a Defensora da Igreja, da Civilização cristã, do Papa, dos nossos Bispos e de todo cristão. "Auxílio dos Cristãos."

Conhecida sob esse título e outros, como por exemplo: Nossa Senhora Aparecida, Consolata, Virgem das Mercedes e da Czestochowa, como a chamam os poloneses, fica sempre a mesma Mãe de Deus a quem todos recorrem debaixo de sua proteção, para alcançar a união na fé e na obediência ao vigário de Cristo. De modo que a Nossa Senhora é, não só de Dom Bosco, mas também da Igreja, do Papa e de todos nós.

Para recordar a presença ativa de Maria na vida de Cristo, foram surgindo ao longo dos séculos orações, como o "Anjo do Senhor e o Rosário ou Terço de Nossa Senhora" que recordam constantemente aos fiéis que a grandeza de Maria está em ser fiel ao seu Senhor. De fato, a única preocupação da Santa Virgem Maria foi fazer a vontade de Deus... é a criatura que melhor soube corresponder aos apelos do Espírito Santo. Assim sendo, os cristãos sempre invocaram a Mãe de Jesus em suas preces pedindo que ela fosse a intercessora diante de Deus. Podemos dizer que o papel de Maria no céu é ser a Auxiliadora do povo cristão diante de Deus: Auxiliadora dos Cristãos; Auxiliadora do Papa; Auxiliadora da Igreja! "Salva o meu povo, eis o meu desejo" (Cf. Est 7, 3).

Este título: AUXILIADORA DOS CRISTÃOS foi introduzido na Ladainha de Nossa Senhora pelo Papa São Pio V, após a vitória dos cristãos obtida em Lepanto, vitória essa, conseguida graças ao auxílio de Deus e de Nossa Senhora. Em 1571, Dom João, príncipe austríaco, comandou os cristãos nessa batalha de Lepanto. São Pio V enviou para o Imperador uma bandeira, na qual estava bordada a imagem de Jesus crucificado. A preparação dos soldados consistiu em um tríduo de jejuns, orações e procissões, suplicando a Deus a graça da vitória, pois o inimigo não era apenas uma ameaça para a Igreja mas também para a civilização. Tendo recebido a Santa Eucaristia, partiram para a batalha. No dia 7 de outubro de 1571, invocando o nome de Maria, Auxílio dos Cristãos, travaram dura batalha nas águas de Lepanto. Três horas de combate foram necessárias... A vitória coube aos cristãos, que ao grito de "Viva Maria", hastearam a bandeira de Cristo.

Mais tarde, por causa da libertação de Viena situada pelos turcos, no ano de 1863, o rei da Polônia João III Sobieski, que chegou com as tropas polonesas em auxílio para a cidade sitiada, confessou humildemente ao Papa: "VENI, VIDI DEUS DEDIT VICTORIAM", (Cheguei, vi, Deus deu vitória). Recordando a todos e atribuindo a Virgem Maria tamanha graça. No início do século XIX, o Papa Pio VII, estabeleceu a Festa de Maria Auxiliadora no dia 24 de maio, como gratidão por ter sido libertado da injusta opressão em que se achava, ou seja, prisioneiro de Napoleão na França.

Esta festa se comemora hoje em muitas igrejas particulares e Institutos religiosos, principalmente na Sociedade de São Francisco de Sales, fundada por São João Bosco.

Dom Bosco difundia a devoção a Maria Auxiliadora, em uma perspectiva eclesial e missionária. Realmente, a Igreja sempre experimentou auxílio eficacíssimo da Mãe de Deus nas perseguições excitadas pelos inimigos da fé cristã.

No ano de 1862, as aparições de Maria Auxiliadora na cidade de Spoleto marcam um despertar mariano na piedade popular italiana. Nesse mesmo ano, Dom Bosco iniciou a construção, em Turim, de uma grande Basílica, que foi dedicada a Nossa Senhora, Auxílio dos Cristãos. Até então não se percebe em Dom Bosco uma atenção especial por esse título. "Nossa Senhora deseja que a veneremos com o título de AUXILIADORA: vivemos em tempos difíceis e necessitamos que a Santíssima Virgem nos ajude a conservar e defender a fé cristã", disse Dom Bosco ao clérigo Cagliero.

A partir dessa data, Dom Bosco, que desde pequeno aprendeu com Mamãe Margarida, sua mãe, a ter grande confiança em Nossa Senhora, ao falar da Mãe de Deus, lhe unirá sempre o título AUXILIADORA DOS CRISTÃOS. Para perpetuar o seu amor e a sua gratidão para com Nossa Senhora e para que ficasse conhecido por todos e para sempre que foi "Ela (Maria) quem tudo fez", quis Dom Bosco que as Filhas de Maria Auxiliadora, congregação por ele fundada juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello, fossem um monumento vivo dessa sua gratidão.

A devoção a Nossa Senhora Auxiliadora foi crescendo cada vez mais e mais. O Papa Pio IX fundou no Santuário de Turim (Itália) dia 5 de abril de 1870, uma Arquiconfraria, enriquecendo-a de muitas indulgências e de favores espirituais.

No dia 17 de maio de 1903, por decreto do Papa Leão XIII, foi solenemente coroada a imagem de Maria Auxiliadora, que se venera no Santuário de Turim.

Dom Bosco ensinou aos membros da família Salesiana a amarem Nossa Senhora, invocando-a com o título de AUXILIADORA. Pode-se afirmar que a invocação de Maria como título de Auxiliadora teve um impulso enorme com Dom Bosco. Ficou tão conhecido o amor do Santo pela Virgem Auxiliadora a ponto de Ela ser conhecida também como a "Virgem de Dom Bosco".

Dos escritos de São João Bosco, retiramos algumas passagens para ilustrar o seu amor por Maria Santíssima:

"Recomendai constantemente a devoção a Nossa Senhora Auxiliadora e a Jesus Sacramentado".

"A festa de Maria Auxiliadora deve ser o prelúdio da festa eterna que deveremos celebrar todos juntos um dia no Paraíso".

"Sê devoto de Maria Santíssima e serás certamente feliz".

"Devoção e recurso freqüente a Maria Santíssima. Jamais se ouviu dizer no mundo que alguém tenha recorrido com confiança a essa mãe celeste sem que não tenha sido prontamente atendido".

"Diante de Deus declaro: basta que um jovem entre numa casa salesiana para que a Virgem Santíssima o tome imediatamente debaixo de sua especial proteção".

Dom Bosco confiou à Família Salesiana a propagação dessa devoção, que é, ao mesmo tempo, devoção à Mãe de Deus, à Igreja e ao Papa.

Concluímos com essas palavras do Papa João Paulo II: "A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escutai a sua voz, segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, Ela nos orienta para Jesus: ‘Fazei o que Ele vos disser’ (Jo 2, 5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo dEle as graças desejadas. Rezemos com Maria e por Maria. Ela é sempre a ‘Mãe de Deus e nossa’".


BÊNÇÃO COM A INVOCAÇÃO DE NOSSA SENHORA AUXILIADORA

— A nossa proteção está no nome do Senhor.
— Que fez o céu e a terra.
— Ave Maria ...
— À vossa proteção recorremos, santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita.
— Maria, Auxiliadora dos Cristãos.
— Rogai por nós.
— Ouvi, Senhor, a minha oração.
— E chegue a vós o meu clamor.
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
Oremos.
Senhor eterno e onipotente, que, pela intervenção do Espírito Santo, vos dignastes preparar o corpo e a alma da gloriosa Virgem e Mãe Maria para digna morada do vosso Filho, fazei que sejamos livres da morte eterna e dos males que nos rodeiam, pela intercessão daquela cuja comemoração nos alegra. Por Cristo, nosso Senhor.
— Amém.
— E a bênção de Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo, desça sobre ti (vós) e permaneça para sempre.
— Amém.

CONSAGRAÇÃO DA CASA A NOSSA SENHORA AUXILIADORA

Santíssima Virgem Maria, a quem Deus constituiu Auxiliadora dos Cristãos, nós Vos escolhemos como Senhora e Protetora desta casa.

Dignai-vos mostrar aqui Vosso auxílio poderoso. Preservai esta casa de todo o perigo: do incêndio, da inundação, do raio, das tempestades, dos ladrões, dos malfeitores, da guerra e de todas as outras calamidades que conheceis. Abençoai, protegei, defendei, guardai como coisa vossa as pessoas que vivem nesta casa.

Sobretudo concedei-lhes a graça mais importante: a de viverem sempre na amizade com Deus, evitando o pecado.

Dai-lhes a fé que tivestes na Palavra de Deus e o amor que nutristes para com o Vosso Filho Jesus e para com todos aqueles pelos quais Ele morreu na Cruz.

Maria, Auxílio dos Cristãos, rogai por todos os que moram nesta casa que Vos foi consagrada.

Assim seja.



sábado, 21 de maio de 2011

Os Dons que Satanás nos concede

Também Satanás dá poderes àqueles que lhe são devotos.

Por vezes acontece que, como ele é um autêntico mentiroso, os destinatários destes poderes não compreendem imediatamente a sua proveniência, ou não querem compreender, tão felizes que ficam por receber estes dons gratuitos.

Pode acontecer que uma pessoa tenha o dom da clarividência; outras vezes basta que ponham à frente uma folha de papel branco, e uma caneta na mão, para redigir espontaneamente páginas de mensagens; outras ainda têm a impressão de se desdobrar e que uma parte do seu ser pode penetrar em casas e ambientes mesmo longínquos; é muito comum que algumas pessoas ouçam uma voz que por vezes sugere oração e muitas outras coisas.

Poderia continuar esta lista. Qual é a fonte destes dons particulares? Trata-se de carismas do Espírito Santo? São presentes de origem diabólica? Ou trata-se muito simplesmente de fenômenos metafísicos? A verdade só pode ser estabelecida depois de um estudo ou de um discernimento efetuado por pessoas competentes.

Quando S. Paulo estava em Tiatira, aconteceu ser perseguido por uma escrava que tinha o dom de adivinhar e que, com este dom, dava muito lucro aos seus patrões. Mas era um dom de origem diabólica, que desapareceu logo quando S. Paulo expulsou o espírito maligno (Act 16, 16-18).

A título de exemplo examinemos alguns extratos dum testemunho assinado por Erasmo di Bari e publicado no Rinnovamento dello Spirito Santo, em Setembro de 1987. As observações que figuram entre parêntesis são colocadas por nós:

Fiz há vários anos, a experiência do jogo do copo sem saber que se tratava de uma forma de espiritismo. As mensagens tinham uma linguagem de paz e de fraternidade (repare-se como o demônio se sabe dissimular sob a aparência de bem). Algum tempo depois, recebi poderes estranhos, exatamente em Lourdes (este detalhe também é digno de interesse: não se possam introduzir).

Eu possuía essa faculdade que a parapsicologia define como extrasensorial isto é:clarividência, leitura do pensamento, diagnóstico clínico, leitura do coração e da vida das pessoas vivas ou mortas, assim como outros poderes. Alguns meses mais tarde, apareceu-me outra faculdade: a de suprimir a dor física pela imposição das mãos aliviando ou suprimindo o estado de sofrimento; seria aquilo a que chamam a paranoterapia?

Graças a todos estes poderes, eu podia comunicar facilmente com toda a gente, mas, depois destes encontros, as pessoas ficavam chocadas com o que eu dizia, e ficavam profundamente perturbadas porque eu as condenava pelos pecados que tinham cometido, uma vez que eu via o mais profundo da sua alma. Entretanto, ao ler a Palavra de Deus, dei-me conta de que a minha vida não tinha mudado absolutamente nada. Eu continuava a ser irascível, susceptível às ofensas, lento em perdoar, fácil nos ressentimentos. Tinha medo de carregar a minha cruz, medo do desconhecido que o futuro e a morte representam.

Depois de longas peregrinações e de múltiplos tormentos, Jesus guiou-me até ao Renovamento. Encontrei lá alguns irmãos que fizeram oração por mim e, então, compreendi que o que me acontecia não era de origem divina, mas fruto do maligno. Posso testemunhar que vi o poder de Jesus. Reconheci isso e confessei os meus pecados cometidos no passado, arrependi-me, renunciei a toda a prática oculta. Esses poderes desaparecem e Deus perdoou-me; por isso eu lhe quero dar graças.

Não esqueçamos que a Bíblia também nos fornece exemplos de fatos extraordinários idênticos, realizados por Deus e pelo demônio. Alguns dos prodígios que Moisés realizou por ordem de Deus diante do Faraó, são realizados igualmente pelos magos da corte. Eis porque, quando se trata de fenômenos deste gênero, não basta ter em conta o fato em si: é preciso colocá-lo no seu contexto para determinar a causa.

Devo acrescentar que acontece que muitas vezes as pessoas atingidas por distúrbios maléficos possuem uma sensibilidade particular: apreendem imediatamente se uma pessoa tem negatividade, predizem acontecimentos futuros, têm uma tendência muito clara para querer impor as mãos sobre indivíduos psiquicamente frágeis. Tem por vezes também a impressão de poder influir em assuntos do seu próximo, desejando-lhe mal com uma maldade que está neles próprios, quase com prepotência.

Constatei que é precioso opor-se e vencer todas estas inclinações, para poder obter a cura. ( Padre Gabriele Amorth – Um exorcista conta – nos)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Não Viva sozinho com seu problema


Ninguém neste mundo é alto suficiente. Todos nós precisamos de auxílio e de amparo.

Às vezes, na decorrência de um problema, nos fechamos em nós mesmos, com vergonha do fato ou com receio de aparentar fraqueza diante dos outros. Há certa resistência de nossa parte – e todos temos essa auto defesa, mediante a imagem que as pessoas projetam à nosso respeito, por determinado testemunho ou área de nossa vida – queremos parecer fortes em pelo menos algum aspecto de nossa existência.

Uns não admitem a ninguém seu pecado, outros não confessam que a situação financeira decaiu, ainda outros, não dizem nada sobre sua doença. Mas o pior, é que, há muitas pessoas que vivenciam problemas simples, coisas corriqueiras e costumeiras a qualquer indivíduo, mas não se dão o direito de ter tal tipo de dificuldade.

Incompatibilidade de temperamento com outro alguém, um pesar vindo do passado que ainda traz conseqüências hoje, uma chaga aberta no coração por aparente fracasso, uma fase difícil que se esteja passando, mudanças de humor, desencontros no lar entre esposos ou filhos, são alguns dos exemplos do que é comum a todo mortal, mas que podemos estar enfrentando sozinhos estes problemas.

Seja lá qual for à tribulação é importante não vivermos nada isoladamente.

Você não é ilha!

É imprescindivel que tenhamos a quem recorrer, nem que, simplesmente para falar, contar o nosso ponto de vista sobre o fato. Pode até parecer que o problema seja insignificante aos olhos dos outros, mas, a medida que continuamos carregando tal fardo, ele se tornará mais pesado, por isso, que é essencial buscar ajuda.

Isto de modo algum vem a ser malediscência ou fofoca (desde que seja somente com quem pode lhe ajudar). É exercício do seu direito de ser pessoa, de ser gente, em admitir que algo afetou seu coração. Não temos que necessariamente ser fortes a toda prova, ninguém o conseguirá a vida inteira.

Antes de se acertar com a pessoa envolvida no problema ou de tomar alguma atitude, procure ajuda de um amigo, (peça segredo a ele), ou quem sabe, um psicologo, um confessor, alguém que tenha condições de analisar, fora da esfera em que nos encontramos e que possa dar uma opinião diferente a nossa concepção. Pense em quem se possa confiar.

Mesmo as pessoas mais sábias, mesmo os profissionais super entendidos sobre comportamento humano, os mais espirituosos cheios de virtudes, também eles precisam de ajuda, também estes buscam nos outros, soluções para os problemas que lhes afligem.

O ato de colocar para fora, dizer dos sentimentos, nos força a colocar nomes nas sensações, admitir o quanto mal que está nos fazendo, externalizar algo que estava preso dentro da alma, e isso dá uma dimensão mais aproximada do real, já produz efeitos em nós mesmos e também dará condições aquele que coloca-se como nosso ouvinte para interpretar melhor.

Ao refazermos os passos do acontecido, a reconstituição dos fatos através de nossas palavras é como se voltassemos a cena do crime para repassar as provas e reavaliar.

Nisso, nos damos a oportunidade de clarear as idéias, através de uma segunda opinião, da versão de alguém não envolvido emocionalmente na ocasião.

E a esperança voltará a ascender sua chama quando nos preenchemos com o conhecimento do que exatamente está ocorrendo dentro do nosso coração, pois, à partir do entendimento do que causou e de onde vem as consequencias do mal estar, saberemos o que fazer para nadar contra essa correnteza.

É impressionante como uma pessoa sai confiante após uma partilha, principalmente se ouve um progresso em relação ao entendimento, seja pelo simples desabafo ou se por sugestão de quem ouviu.

Não viva nenhum sofrimento sozinho. Partilhe! Tenha sempre uma pessoa com quem dividir suas aparentes fraquezas.

Deus o abençoe!

Carta do Papa Bento XVI para o 45º Dia Mudial das Comunicações Sociais

Queridos irmãos e irmãs!

Por ocasião do XLV Dia Mundial das Comunicações Sociais, desejo partilhar algumas reflexões, motivadas por um fenômeno característico do nosso tempo: a difusão da comunicação através da rede internet. Vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a revolução industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo de produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças culturais e sociais. As novas tecnologias estão a mudar não só o modo de comunicar, mas a própria comunicação em si mesma, podendo-se afirmar que estamos perante uma ampla transformação cultural. Com este modo de difundir informações e conhecimentos, está a nascer uma nova maneira de aprender e pensar, com oportunidades inéditas de estabelecer relações e de construir comunhão.

Aparecem em perspectiva metas até há pouco tempo impensáveis, que nos deixam maravilhados com as possibilidades oferecidas pelos novos meios e, ao mesmo tempo, impõem de modo cada vez mais premente uma reflexão séria acerca do sentido da comunicação na era digital. Isto é particularmente evidente quando nos confrontamos com as extraordinárias potencialidades da rede internet e a complexidade das suas aplicações. Como qualquer outro fruto do engenho humano, as novas tecnologias da comunicação pedem para ser postas ao serviço do bem integral da pessoa e da humanidade inteira. Usadas sabiamente, podem contribuir para satisfazer o desejo de sentido, verdade e unidade que permanece a aspiração mais profunda do ser humano.

No mundo digital, transmitir informações significa com frequência sempre maior inseri-las numa rede social, onde o conhecimento é partilhado no âmbito de intercâmbios pessoais. A distinção clara entre o produtor e o consumidor da informação aparece relativizada, pretendendo a comunicação ser não só uma troca de dados, mas também e cada vez mais uma partilha. Esta dinâmica contribuiu para uma renovada avaliação da comunicação, considerada primariamente como diálogo, intercâmbio, solidariedade e criação de relações positivas. Por outro lado, isto colide com alguns limites típicos da comunicação digital: a parcialidade da interacção, a tendência a comunicar só algumas partes do próprio mundo interior, o risco de cair numa espécie de construção da auto-imagem que pode favorecer o narcisismo.

Sobretudo os jovens estão a viver esta mudança da comunicação, com todas as ansiedades, as contradições e a criatividade própria de quantos se abrem com entusiasmo e curiosidade às novas experiências da vida. O envolvimento cada vez maior no público areópago digital dos chamados social network, leva a estabelecer novas formas de relação interpessoal, influi sobre a percepção de si próprio e por conseguinte, inevitavelmente, coloca a questão não só da justeza do próprio agir, mas também da autenticidade do próprio ser. A presença nestes espaços virtuais pode ser o sinal de uma busca autêntica de encontro pessoal com o outro, se se estiver atento para evitar os seus perigos, como refugiar-se numa espécie de mundo paralelo ou expor-se excessivamente ao mundo virtual. Na busca de partilha, de «amizades», confrontamo-nos com o desafio de ser autênticos, fiéis a si mesmos, sem ceder à ilusão de construir artificialmente o próprio «perfil» público.

As novas tecnologias permitem que as pessoas se encontrem para além dos confins do espaço e das próprias culturas, inaugurando deste modo todo um novo mundo de potenciais amizades. Esta é uma grande oportunidade, mas exige também uma maior atenção e uma tomada de consciência quanto aos possíveis riscos. Quem é o meu «próximo» neste novo mundo? Existe o perigo de estar menos presente a quantos encontramos na nossa vida diária? Existe o risco de estarmos mais distraídos, porque a nossa atenção é fragmentada e absorvida por um mundo «diferente» daquele onde vivemos? Temos tempo para reflectir criticamente sobre as nossas opções e alimentar relações humanas que sejam verdadeiramente profundas e duradouras? É importante nunca esquecer que o contacto virtual não pode nem deve substituir o contacto humano directo com as pessoas, em todos os níveis da nossa vida.

Também na era digital, cada um vê-se confrontado com a necessidade de ser pessoa autêntica e reflexiva. Aliás, as dinâmicas próprias dos social network mostram que uma pessoa acaba sempre envolvida naquilo que comunica. Quando as pessoas trocam informações, estão já a partilhar-se a si mesmas, a sua visão do mundo, as suas esperanças, os seus ideais. Segue-se daqui que existe um estilo cristão de presença também no mundo digital: traduz-se numa forma de comunicação honesta e aberta, responsável e respeitadora do outro. Comunicar o Evangelho através dos novos midia significa não só inserir conteúdos declaradamente religiosos nas plataformas dos diversos meios, mas também testemunhar com coerência, no próprio perfil digital e no modo de comunicar, escolhas, preferências, juízos que sejam profundamente coerentes com o Evangelho, mesmo quando não se fala explicitamente dele. Aliás, também no mundo digital, não pode haver anúncio de uma mensagem sem um testemunho coerente por parte de quem anuncia. Nos novos contextos e com as novas formas de expressão, o cristão é chamado de novo a dar resposta a todo aquele que lhe perguntar a razão da esperança que está nele (cf. 1 Pd 3, 15).

O compromisso por um testemunho do Evangelho na era digital exige que todos estejam particularmente atentos aos aspectos desta mensagem que possam desafiar algumas das lógicas típicas da web. Antes de tudo, devemos estar cientes de que a verdade que procuramos partilhar não extrai o seu valor da sua «popularidade» ou da quantidade de atenção que lhe é dada. Devemos esforçar-nos mais em dá-la conhecer na sua integridade do que em torná-la aceitável, talvez «mitigando-a». Deve tornar-se alimento quotidiano e não atracção de um momento. A verdade do Evangelho não é algo que possa ser objecto de consumo ou de fruição superficial, mas dom que requer uma resposta livre. Mesmo se proclamada no espaço virtual da rede, aquela sempre exige ser encarnada no mundo real e dirigida aos rostos concretos dos irmãos e irmãs com quem partilhamos a vida diária. Por isso permanecem fundamentais as relações humanas directas na transmissão da fé!

Em todo o caso, quero convidar os cristãos a unirem-se confiadamente e com criatividade consciente e responsável na rede de relações que a era digital tornou possível; e não simplesmente para satisfazer o desejo de estar presente, mas porque esta rede tornou-se parte integrante da vida humana. A web está a contribuir para o desenvolvimento de formas novas e mais complexas de consciência intelectual e espiritual, de certeza compartilhada. Somos chamados a anunciar, neste campo também, a nossa fé: que Cristo é Deus, o Salvador do homem e da história, Aquele em quem todas as coisas alcançam a sua perfeição (cf. Ef 1, 10). A proclamação do Evangelho requer uma forma respeitosa e discreta de comunicação, que estimula o coração e move a consciência; uma forma que recorda o estilo de Jesus ressuscitado quando Se fez companheiro no caminho dos discípulos de Emaús (cf. Lc 24, 13-35), que foram gradualmente conduzidos à compreensão do mistério mediante a sua companhia, o diálogo com eles, o fazer vir ao de cima com delicadeza o que havia no coração deles.

Em última análise, a verdade que é Cristo constitui a resposta plena e autêntica àquele desejo humano de relação, comunhão e sentido que sobressai inclusivamente na participação maciça nos vários social network. Os crentes, testemunhando as suas convicções mais profundas, prestam uma preciosa contribuição para que a web não se torne um instrumento que reduza as pessoas a categorias, que procure manipulá-las emotivamente ou que permita aos poderosos monopolizar a opinião alheia. Pelo contrário, os crentes encorajam todos a manterem vivas as eternas questões do homem, que testemunham o seu desejo de transcendência e o anseio por formas de vida autêntica, digna de ser vivida. Precisamente esta tensão espiritual própria do ser humano é que está por detrás da nossa sede de verdade e comunhão e nos estimula a comunicar com integridade e honestidade.

Convido sobretudo os jovens a fazerem bom uso da sua presença no areópago digital. Renovo-lhes o convite para o encontro comigo na próxima Jornada Mundial da Juventude em Madrid, cuja preparação muito deve às vantagens das novas tecnologias. Para os agentes da comunicação, invoco de Deus, por intercessão do Patrono São Francisco de Sales, a capacidade de sempre desempenharem o seu trabalho com grande consciência e escrupulosa profissionalidade, enquanto a todos envio a minha Bênção Apostólica.

Vaticano, Festa de São Francisco de Sales, 24 de Janeiro de 2011.

sábado, 14 de maio de 2011

Anjos, Uma Verdade de Fé

ANJOS, UMA VERDADE DE FÉ

A Igreja celebra em 29 de setembro a festa litúrgica dos Santos Arcanjos: Miguel (Quem como Deus!), Gabriel (Força de Deus) e Rafael (Cura de Deus).O Catecismo da Igreja afirma sem hesitação a existência dos anjos: “A existência dos seres espirituais, não-corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição” (§ 328).

O Catecismo lembra que “Cristo é o centro do mundo angélico” (§ 331). Eles pertencem a Cristo, porque são criados por Ele e para Ele, como disse São Paulo: “Pois foi Nele que foram criadas todas as coisas, nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis: Tronos, Dominações, Principados, Potestades, tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1, 16). Os anjos também são de Cristo porque Ele os fez mensageiros do seu projeto de salvação da humanidade. “Ainda aqui na terra, a vida cristã participa, na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus.” (§ 336)

Portanto, não há como negar a existência dos anjos, sem bater de frente com o ensinamento da Igreja, em toda a sua existência. São Paulo ensinava em sua primeira Carta aos fiéis de Colossos: “Nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as criaturas visíveis e invisíveis, Tronos, Dominações (ou Sobera­nias), Principados, Potestades (ou Autoridades): tudo foi criado por Ele e para Ele” (Cl 1, 16).

O primeiro Concílio Ecumênico que confirmou a existência dos seres espirituais foi o de Nicéia, em 325, quando fala no Decreto (DS 54), em “coisas invisíveis”: “Creio em um só Deus, Pai Todo Poderoso, Criador do Céu e da Terra, e de todas as coisas visíveis e invisíveis”.

Essa verdade foi reafirmada no Concílio de Constantinopla I, em 381. Também o Concílio regional de Toledo, em 400, reafirmou a mesma verdade, dizendo: “Deus é o Criador de todos os seres visíveis; fora d’Ele não existe natureza divina de Anjo, de potência que possa ser considerada como Deus.” O Magistério da Igreja confirmou a realidade dos anjos sobretudo no Concílio de Latrão IV (1215), ao declarar contra o dualismo dos hereges cátaros: “Deus é o Criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, espirituais e corporais; por sua onipotência no início do tempo criou igualmente do nada as criaturas espirituais e corporais, isto é, o mundo dos anjos e o mundo terrestre; em seguida criou o homem, que de certo modo compreende umas e outras, pois consta de espírito e corpo. O diabo e os outros demônios foram por Deus criados bons, mas por livre iniciativa tornaram-se maus. O homem pecou por sugestão do diabo. “(DS 800 [428]).

A existência dos Anjos foi reafirmada, no II Concílio de Lião, sob Gregório X, em 1274, nos seguintes termos: “Cremos em… um Deus Onipotente …, criador de todas as criaturas, de quem, em quem e por quem existem todas as coi­sas no céu e na terra, visíveis, corporais e espirituais” (D.S., 461).

O Concílio de Florença, sob Eugênio IV (1441-2) pelo Decreto pro-lacobitis, e pelaBula Contate Domine, de 4 de janeiro de 1441 assim se expressou: “A sacrossanta Igreja romana crê firmemen­te, professa e prega que um só é o verdadeiro Deus…, que é o criador de todas as coisas visíveis e invisíveis, o qual quando quis, por sua vontade criou todas as criaturas, tanto espirituais como corporais” (D.S, 706). O Concílio de Trento (1545-1563) repetiu o ensinamento tradicional definido no IV Concílio de Latrão. Lê-se no Catecismo Romano e na profissão de Fé expressa na Bula lniunctum nobis, do Papa Paulo IV de 13 de novembro de 1564: “Deus criou também, do nada, a natureza espiritual einumeráveis Anjos para que o servissem e assistissem”. (1ª parte, Cap. 2, a.1 do Símbolo., n. 17).

O Concílio Vaticano I (1869-1870) pelos decretos 3002 e 3025 da Constitutio de fide catholica -(DS, 1873) – e Dei Filius, ao condenar certos erros, afirma: “Este Deus único verdadeiro…, com um ato libérrimo no início dos tempos, fez do nada ambas as criaturas, a espiritual e a corporal, isto é, a angélica e o mundo; depois a criatura humana, como que participando de ambas, constituída de alma e de corpo”. O mesmo Concilio condenou os que: “Afirmam que fora da matéria, nada mais existe” (Dec. 3022). “Afirmam que as criaturas materiais e espirituais não foram criadas do nada e livremente” (Dec. 3025 – “Contra o materialis­mo”, D.S., 1802).

“Se alguém disser que as coisas finitas, quer sejam corpóreas, quer espirituais são emanações da substância divina… seja anátema” ( Contra o Panteísmo, Cânon 4). Na Encíclica Summi Pontificatus, de 20 de outubro de 1939, Pio XII lamenta que “alguns ainda perguntem se os Anjos são seres pessoais e se a matéria difere essencialmente do espírito” (D.S. 2318).

O Concilio Vaticano II (1962-1965), na Constituição Dogmátca Lumen Gentium, fala claramente dos anjos: “Portanto, até que o Senhor venha com toda sua Majes­tade, e todos os Anjos com Ele (cf. Mt. 25, 31)”…(LG, 49). “A Igreja sempre acreditou estarem mais unidos conosco em Cristo, venerou-os juntamente com a Bem-aventurada Virgem Maria e os Santos Anjos com especial afeto…” (LG,50). No Cap.VIII sobre “A Bem-aventurada Virgem Maria no Misté­rio da Igreja”, lê-se: “Maria foi exaltada pela graça de Deus acima de todos os Anjos e todos os homens, logo abaixo de seu Filho, por ser a Mãe Santíssima de Deus” (LG, 66). “Todos os fiéis cristãos supliquem insistentemen­te à Mãe de Deus e Mãe dos homens, para que Ela, que com suas preces assistiu às primícias da Igreja, também agora exaltada no céu sobre todos os Anjos e bem aventurados…” (LG,69) .

No Credo do Povo de Deus, do Papa Paulo VI, de 30 de junho de 1968, o santo Padre afirma: “Cremos em um só Deus, Pai, Filho e Espirito Santo, Criador das coisas visíveis, como este mundo, onde se desenrola a nossa vida passageira; Criador dos seres invisíveis como os puros espí­ritos, que também são denominados Anjos, e Criador em cada ho­mem, da alma espiritual e imortal”.

Diante de uma certa tendência de negar que os anjos são seres pessoais, mas apenas “instintos” ou “forças neutras”, como se fossem apenas uma tendência para o bem ou para o mal, o Papa Pio XII na sua encíclica Humani Generis (1959), reafirmou que os anjos são “criaturas pessoais”, dotadas de inteligência sagaz e vontade livre (DS 3891 [2317]).

São Gregório Magno dizia que cada página da Revelação escrita atesta a existência dos Anjos. A presença e a ação dos anjos bons e maus estão a tal ponto inseridas na história da salvação, na Sagrada Escritura e na Tradição da Igreja, que não podemos negar a sua existência e ação, sem destruir a Revelação de Deus. O fato de muitas vezes os anjos terem sido apresentados de maneira fantasiosa ou infantil, não nos autoriza a negar a sua existência. Por serem seres espirituais, os anjos bons e maus não podem ter a sua existência provada experimental e racionalmente; no entanto, a Revelação atesta a sua realidade. Eles são mencionados mais de 300 vezes na Bíblia.

A existência do Diabo

Audiência do Papa Paulo VI do dia 15 de novembro de 1972 – Alocução “Livrai-nos do mal” – Publicado no L’Osservatore Romano, ed. port. em 24/11/1972.

“Atualmente, quais são as maiores necessidades da Igreja?

Não deveis considerar a nossa resposta simplista, ou até supersticiosa e irreal: uma das maiores necessidades é a defesa daquele mal, a que chamamos Demônio.

Antes de esclarecermos o nosso pensamento, convidamos o vosso a abrir-se à luz da fé sobre a visão da vida humana, visão que, deste observatório, se alarga imensamente e pene­tra em singulares profundidades. E, para dizer a verdade, o quadro que somos convidados a contemplar com realismo global é muito lindo. É o quadro da criação, a obra de Deus, que o próprio Deus, como espelho exterior da sua sabedoria e do Seu poder, admirou na sua beleza substancial (cf. Gn 1,10 ss.).

Além disso, é muito interessante o quadro da história dramática da humanidade, da qual emerge a da redenção, a de Cristo, da nossa salvação, com os seus magníficos tesou­ros de revelação, de profecia, de santidade, de vida elevada a nível sobrenatural, de promessas eternas (cf. Ef 1,10). Se soubermos contemplar este quadro, não poderemos deixar de ficar encantados (Santo Agostinho, Solilóquios); tudo tem um sentido, tudo tem um fim, tudo tem uma ordem e tudo deixa entrever uma Presença-Transcendência, um Pensamento, uma Vida e, finalmente, um Amor, de tal modo que o universo, por aquilo que é e por aquilo que não é, se apresenta como uma preparação en­tusiasmante e inebriante para alguma coisa ainda mais bela e mais perfeita (cf. ICor 2,9; Rm 8,19-23). A visão cristã do cosmo e da vida é, portanto, triunfalmente otimista; e esta visão justifica a nossa alegria e o nosso reconhecimento pela vida, motivo por que, celebrando a glória de Deus, canta­mos a nossa felicidade.

Ensinamento Bíblico

Esta visão, porém, é completa, é exata? Não nos impor­tamos, porventura com as deficiências que se encontram no mundo, com o comportamento anormal das coisas em rela­ção à nossa existência, com a dor, com a morte, com a mal­dade, com a crueldade, com o pecado, numa palavra, com o mal? E não vemos quanto mal existe no mundo especialmen­te quanto à moral, ou seja, contra o homem e, simultanea­mente, embora de modo diverso, contra Deus? Não consti­tui isto um triste espetáculo, um mistério inexplicável? E não somos nós, exatamente nós, cultores do Verbo, os cantores do Bem, nós crentes, os mais sensíveis, os mais perturbados, perante a observação e a prática do mal? Encontramo-lo no reino da natureza, onde muitas das suas manifestações, se­gundo nos parece, denunciam a desordem. Depois, encon­tramo-lo no âmbito humano, onde se manifestam a fraqueza, a fragilidade, a dor, a morte, e ainda coisas piores; observa-se uma dupla lei contrastante, que, por um lado, quereria o bem, e, por outro, se inclina para o mal, tormento este que São Paulo põe em humilde evidência para demonstrar a necessidade e a felicidade de uma graça salvadora, ou seja, da salvação trazida por Cristo (Rm 7); já o poeta pagão Ovidio tinha denunciado este conflito interior no próprio cora­ção do homem: “Video meliora proboque, deteriora sequor”(Ovídio Met.7, 19). Encontramos o pecado, perversão da liberdade humana e causa profunda da morte, porque é um afastamento de Deus, fonte da vida (cf. Rm 5,12) e, também, a ocasião e o efeito de uma intervenção, em nós e no nosso mundo, de um agente obscuro e inimigo, o Demônio. O mal já não é apenas uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e perversor. Trata-se de uma realidade terrível, misteriosa e medonha.

Sai do âmbito dos ensinamentos bíblicos e eclesiásticos quem se recusa a reconhecer a existência desta realidade; ou melhor, quem faz dela um princípio em si mesmo, como se não tivesse, como todas as criaturas, origem em Deus, ou a explica como uma pseudo-realidade, como uma personi­ficação conceitual e fantástica das causas desconhecidas das nossas desgraças.

O problema do mal, visto na sua complexidade em rela­ção à nossa racionalidade, torna-se uma obsessão. Constituí a maior dificuldade para a nossa compreensão religiosa do cosmo. Foi por isso que Santo Agostinho penou durante vários anos: “Quaerebam unde malum, et non erat exitus”, pro­curava de onde vinha o mal e não encontrava a explicação. (Confissões, VII,5 ss)

Vejamos, então, a importância que adquire a advertência do mal para a nossa justa concepção; é o próprio Cristo quem nos faz sentir esta importância. Primeiro, no desenvol­vimento da história, haverá quem não recorde a página, tão densa de significado, da tríplice tentação? E ainda, em mui­tos episódios evangélicos, nos quais o Demônio se encontra com o Senhor e aparece nos seus ensinamentos (cf. Mt 1,43)? E como não haveríamos de recordar que Jesus Cristo, referindo-se três vezes ao Demônio como seu adversário, o qualifica como “príncipe deste mundo” (Jo 12,31; 14,30; 16,11)? E a ameaça desta nociva presença é indicada em muitas passagens do Novo Testamento. São Paulo chama-lhe “deus deste mundo” (2Cor 4,4) e previne-nos contra as lutas ocultas, que nós cristãos devemos travar não só com o Demônio, mas com a sua tremenda pluralidade: “Revesti-vos da armadura de Deus para que possais resistir às cila­das do Demônio. Porque nós não temos de lutar (só) contra a carne e o sangue, mas contra os Principados, contra os Dominadores deste mundo tenebroso, contra os Espíritos malignos espalhados pelos ares” (Ef 6,11-12).

Diversas passagens do Evangelho dizem-nos que não se trata de um só demônio, mas de muitos (cf. Lc 11,21; Mc 5,9), um dos quais é o principal: Satanás, que significa o adversário, o inimigo; e, ao lado dele, estão muitos outros, todos criaturas de Deus, mas decaídas, porque rebeldes e condenadas; constituem um mundo misterioso transformado por um drama muito infeliz, do qual conhecemos pouco (cf. DS 800).

O Inimigo Oculto

Conhecemos, todavia, muitas coisas deste mundo diabó­lico, que dizem respeito à nossa vida e a toda a história humana. O Demônio é a origem da primeira desgraça da huma­nidade; foi o tentador pérfido e fatal do primeiro pecado, o pecado original (cf. Gn 3; Sb 1,24). Com aquela falta de Adão, o Demônio adquiriu um certo poder sobre o homem, do qual só a redenção de Cristo nos pode libertar.

Trata-se de uma história que ainda hoje existe: recorde­mos os exorcismo do batismo e as freqüentes referências da Sagrada Escritura e da Liturgia ao agressivo e opressivo “domínio das trevas” (Lc 22,53). Ele é o inimigo número um, o tentador por excelência. Sabemos, portanto, que este ser mesquinho, perturbador, existe realmente e que ainda atua com astúcia traiçoeira; é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças na história humana.

Deve-se recordar a significativa parábola evangélica do trigo e da cizânia, síntese e explicação do ilogismo que pare­ce presidir às nossas contrastantes vicissitudes: “Inimicus homo hoc fecit” (Mt 13,2). É o assassino desde o princípio… e “pai da mentira”, como o define Cristo (cf. Jo,44-45); é o insidiador sofista do equilíbrio moral do homem. Ele é o pér­fido e astuto encantador, que sabe insinuar-se em nós atra­vés dos sentidos, da fantasia, da concupiscência, da lógica utópica, ou de desordenados contatos sociais na realização de nossa obra, para introduzir neles desvios, tão nocivos quanto, na aparência, conformes às nossas estruturas físicas ou psíquicas, ou às nossas profundas aspirações instintivas.

Este capítulo, relativo ao Demônio e ao influxo que ele pode exercer sobre cada pessoa, assim como sobre comuni­dades, sobre inteiras sociedades, ou sobre acontecimentos, é um capitulo muito importante da doutrina católica, que deve ser estudado novamente, dado que hoje o é pouco. Algumas pessoas julgam encontrar nos estudos da psicaná­lise ou da psiquiatria, ou em práticas evangélicas, no princi­pio da sua vida pública, de espiritismo, hoje tão difundidas em alguns países, uma compensação suficiente. Receia-se cair em velhas teorias maniqueístas, ou em divagações fan­tásticas e supersticiosas. Hoje, algumas pessoas preferem mostrar-se fortes, livres de preconceitos, assumir ares de po­sitivistas, mas depois dão crédito a muitas superstições de magia ou populares, ou pior, abrem a própria alma – a própria alma batizada, visitada tantas vezes pela presença eu­carística e habitada pelo Espírito Santo – às experiências licenciosas dos sentidos, às experiências deletérias dos estupefacientes, assim como às seduções ideológicas dos erros na moda, fendas estas por onde o maligno pode facilmente penetrar e alterar a mentalidade humana.

Não quer dizer que todo o pecado seja devido diretamente à ação diabólica; mas também é verdade que aquele que não vigia, com certo rigor moral, a si mesmo (cf. Mt 12,45; Ef 6,11), se expõe ao influxo do “mysterium iniquita­tis”, ao qual São Paulo se refere (2Ts 2,3-12) e que torna pro­blemática a alternativa da nossa salvação.

A nossa doutrina torna-se incerta, obscurecida como está pelas próprias trevas que circundam o Demônio. Mas a nossa curiosidade, excitada pela certeza da sua doutrina múltipla, torna-se legitima com duas perguntas: Há sinais da presença da ação diabólica e quais são eles? Quais são os meios de defesa contra um perigo tão traiçoeiro?

A Ação do Demônio

A resposta à primeira pergunta, requer muito cuidado embora os sinais do Maligno às vezes pareçam tornar-se evi­dentes (Tertuliano, Apologia, 23). Podemos admitir a sua atuação sinistra onde a nega­ção de Deus se torna radical, sutil ou absurda; onde o engano se revela hipócrita, contra a evidência da verdade; onde o amor é anulado por um egoísmo frio e cruel; onde o nome de Cristo é empregado com ódio consciente e rebel­de (cf. ICor 16,22; 12,3); onde o espírito do Evangelho é fal­sificado e desmentido; onde o desespero se manifesta como a última palavra, etc. Mas é um diagnóstico demasiado amplo e difícil, que agora não ousamos aprofundar nem autenticar; que não é desprovido de dramático interesse para todos, e ao qual até a literatura moderna dedicou páginas famosas (*). O problema do mal continua a ser um dos maiores e perma­nentes problemas para o espírito humano, até depois da res­posta vitoriosa que Jesus Cristo dá a respeito dele.

“Sabemos – escreve o evangelista São João – que todo aquele que foi gerado por Deus guarda-o, e o Maligno não o toca” (IJo 5,19).

A Defesa do Cristão

A outra pergunta, que defesa, que remédio, há para com­bater a ação do Demônio, a resposta é mais fácil de ser for­mulada, embora seja difícil pô-la em prática. Poderemos di­zer que tudo aquilo que nos defende do pecado nos protege, por isso mesmo, contra o inimigo invisível. A graça é a defesa decisiva. A inocência assume um aspecto de fortaleza. E, depois, todos devem recordar o que a pedagogia apostóli­ca simbolizou na armadura de um soldado, ou seja, as virtu­des que podem tornar o cristão invulnerável (cf. Rm 13,13; Ef 6,11-14-17; lTs 5,8). O cristão deve ser militante; deve ser vigilante e forte (lPd 5,8); e algumas vezes, deve recorrer a algum exército ascético especial, para afastar determinadas invasões diabólicas; Jesus ensina-o, indicando o remédio “na oração e no jejum” (Mc 9,29). E o apóstolo indica a linha mestra que se deve seguir: “Não te deixes vencer pelo mal; vence o mal com o bem” (Rm 12,21; Mt 13,29).

Conscientes, portanto, das presentes adversidades em que hoje se encontram as almas, a Igreja e o mundo, procurare­mos dar sentido e eficácia à usual invocação da nossa oração principal: “Pai nosso… livrai-nos do mal”.

Contribua para isso a nossa Bênção apostólica

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A vida e o Tempo


No trem da vida a beleza é passageira
E o tempo são os trilhos a percorrer.

O que está presente
Daqui a pouco,
Há uma hora
Ou mesmo um instante
Deixará de ser presente
Para ser no passado
Contente lembrança.

Cada dia que nasce é o futuro
Que hoje se torna presente
E amanhã será passado.
Não deixe um dia passar como um a mais,
Viva-o intensamente na possibilidade de fazer a diferença.

Sempre vamos, mas nunca voltamos.
Pois o tempo passa, não volta, não para.
O tempo nos leva de onde chegamos
Até aonde vamos,
Nos trás de onde partimos.

Todo o tempo às pessoas vem e vão,
Passam por nossas vidas.
Há pessoas que vem para ficar
E outras vão para nunca mais voltar.

Deixam saudades
E vivem lembradas em nossos pensamentos
E quem fica, é vivo lembrado no olhar de quem vai.
Mas continuam sempre presentes
Por suas lembranças;
Seu jeito de sorrir, de olhar,
De falar, suas manias,
Um pouco de si em nós.
Pessoas que se tornam marcantes
Por serem amadas.

Pessoas que são tocadas
Pelo vento para morar em outros corações,
Para encontrar refúgio em outro lugar
E até um dia encontrar
Porto seguro nos braços do seu lugar.

(Camila Pereira Reis)

sábado, 7 de maio de 2011

Nossa Senhora e a Eucaristia




Jesus se torna acessível às pessoas na comunhão

O Papa João Paulo II escreveu o documento Ecclesia de Eucharistia falando da extrema ligação de Nossa Senhora com a Eucaristia. Há um nexo profundo entre Maria Santíssima e a Eucaristia; o próprio Papa João Paulo II afirma que Ela foi o primeiro sacrário do mundo, por essa razão, Ela em tudo tem a ver com Jesus Eucarístico. A primeira coisa que o saudoso Pontífice nos recorda é que Maria não estava presente no momento da instituição da Eucaristia, na Santa Ceia, pois não era o papel dela estar lá, mas através de sua intercessão, realizou-se o milagre da transubstanciação pelo poder do Espírito Santo.

O que faz um homem ser homem? É a beleza física? A cor dos seus cabelos? O formato de sua orelha? Nada disso. O que o faz ser homem é algo que não se vê, é a alma! É a essência de alguém que o faz ser quem é. Assim, quando vemos a hóstia branca, redonda, de diversos tamanhos, não fazemos conta da essência, da substância e é isso que acontece no momento da transubstanciação, ou seja, a transformação da substância vinho e pão para Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Jesus se torna acessível às pessoas na comunhão. Todos podem receber a Eucaristia, independentemente de sua condição física ou psicológica. Deus quis que você recebesse o Corpo, a Alma e a Divindade de Cristo. É Jesus, que se esconde e se aniquila através da Eucaristia.

Só há um caso em que o Senhor não está na hóstia: é quando o trigo ou o vinho se estragam, deixando de ser pão e vinho, não tem como ser Jesus. Jesus não “está” no pão, Jesus é o Pão Consagrado. Quantas vezes, Ele entra na boca de um bêbado e até de alguém que não está preparado para recebê-Lo na comunhão.

Quando compreendermos o amor de Jesus por nós, nosso desejo pela Eucaristia será maior. Hóstia significa “vítima oferecida em sacrifício”. Cristo deu o poder aos sacerdotes para consagrarem a substância do pão e do vinho em Corpo e Sangue d’Ele por inteiro, é a palavra de Cristo pelo sacerdote. O sacramental é aquilo que depende de nossa fé; mas, o sacramento é diferente, pois, por exemplo, no sacramento do batismo a criança não precisa ter fé para acontecer a graça, pois é Deus quem opera.

Todos nós conhecemos a passagem bíblica que narra as Bodas de Caná (cf. Jo 2,1-12). Naquele momento, o Senhor mudou tanto a aparência como a substância do líquido, diferentemente do que acontece durante a consagração, na celebração da Santa Missa. A essência do trigo é o próprio Corpo de Cristo; a essência do vinho é Seu próprio Sangue.

Assim como Jesus se fez presente no seio da Santíssima Virgem Maria durante a gestação, quando O recebemos na Hóstia Consagrada, Ele está presente dentro em nós. Então, como Maria, podemos cantar o “Magnificat”.

Nosso Senhor Jesus Cristo se encarna no corpo de cada um de nós, também com o desígnio de nos salvar. Ele tem uma paixão enorme pela nossa essência, a nossa alma, por isso, tenta de todas as maneiras salvá-la. Diante disso, cabe a nós olharmos para Cristo, na Eucaristia, com a mesma adoração que Isabel recebeu Maria, quando grávida, ao visitá-la (cf. Lucas 1,39-56).

Assim como a Igreja e a Eucaristia não se separam; a Virgem Maria e a Eucaristia também não se separam. Quem entra na comunhão com Cristo, entra na escola de Maria, pois Ela tem muito a nos ensinar!

Prof. Felipe Aquino