segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O Advento





O Ano Litúrgico começa com o Tempo do Advento; um tempo de preparação para a Festa do Natal de Jesus. Este foi o maior acontecimento da História: o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Dignou-se a assumir a nossa humanidade, sem deixar de ser Deus. Esse acontecimento precisa ser preparado e celebrado a cada ano. Nessas quatro semanas de preparação, somos convidados a esperar Jesus que vem no Natal e que vem no final dos tempos.


Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Um dia, o Senhor voltará para colocar um fim na História humana, mas o nosso encontro com Ele também está marcado para logo após a morte.


Nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, nós nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém. Os Profetas anunciaram esse acontecimento com riqueza de detalhes: nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi; seu Reino não terá fim… Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão terrena.


Para nos ajudar nesta preparação usa-se a Coroa do Advento, composta por 4 velas nos seus cantos – presas aos ramos formando um círculo. A cada domingo acende-se uma delas. As velas representam as várias etapas da salvação. Começa-se no 1º Domingo, acendendo apenas uma vela e à medida que vão passando os domingos, vamos acendendo as outras velas, até chegar o 4º Domingo, quando todas devem estar acesas. As velas acesas simbolizam nossa fé, nossa alegria. Elas são acesas em honra do Deus que vem a nós. Deus, a grande Luz, “a Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo”, está para chegar, então, nós O esperamos com luzes, porque O amamos e também queremos ser, como Ele, Luz.


No lº Domingo, há o perdão oferecido a Adão e Eva. Eles morreram na terra, mas viverão em Deus por Jesus Cristo. Sendo Deus, Jesus fez-se filho de Adão para salvar o seu pai terreno. Meditando a chegada de Cristo, que veio no Natal e que vai voltar no final da História, devemos buscar o arrependimento dos nossos pecados e preparar o nosso coração para o encontro com o Senhor. Para isso, nada melhor que uma boa Confissão, bem feita.


Até quando adiaremos a nossa profunda e sincera conversão para Deus?


No 2º Domingo, meditamos a fé dos Patriarcas. Eles acreditaram no dom da terra prometida. Pela fé, superaram todos os obstáculos e tomaram posse das Promessas de Deus. É uma oportunidade de meditarmos em nossa fé; nossa opção religiosa por Jesus Cristo; nosso amor e compromisso com a Santa Igreja Católica – instituída por Ele para levar a salvação a todos os homens de todos os tempos. Qual tem sido o meu papel e o meu lugar na Igreja? Tenho sido o missionário que Jesus espera de todo batizado para salvar o mundo?


No 3º Domingo, meditamos a alegria do rei Davi. Ele celebrou a aliança e sua perpetuidade. Davi é o rei imagem de Jesus, unificou o povo judeu sob seu reinado, como Cristo unificará o mundo todo sob seu comando. Cristo é Rei e veio para reinar; mas o seu Reino não é deste mundo; não se confunde com o “Reino do homem”; seu Reino começa neste mundo, mas se perpetua na eternidade, para onde devemos ter os olhos fixos, sem tirar os pés da terra.


No 4º Domingo, contemplamos o ensinamento dos Profetas: Eles anunciaram um Reino de paz e de justiça com a vinda do Messias. O Profeta Isaías apresenta o Senhor como o Deus Forte, o Conselheiro Admirável, o Príncipe da Paz. No seu Reino acabarão a guerra e o sofrimento; o boi comerá palha ao lado do leão; a criança de peito poderá colocar a mão na toca da serpente sem mal algum. É o Reino de Deus que o Menino nascido em Belém vem trazer: Reino de Paz, Verdade, Justiça, Liberdade, Amor e Santidade.


A Coroa do Advento é o primeiro anúncio do Natal. Ela é da cor verde, que simboliza a esperança e a vida, enfeitada com uma fita vermelha, simbolizando o amor de Deus que nos envolve e também a manifestação do nosso amor, que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus.


O Tempo do Advento deve ser uma boa preparação para o Natal, deve ser marcado pela conversão de vida – algo fundamental para todo cristão. É um processo de vital importância no relacionamento do homem com Deus. O grande inimigo é a soberba, pois quem se julga justo e mais sábio do que Deus nunca se converterá. Quem se acha sem pecado, não é capaz de perdoar ao próximo, nem pede perdão a Deus.


Deus – ensinam os Profetas – não quer a morte do pecador, mas que este se converta e viva. Jesus quer o mesmo: “Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Por isso Ele chamou os pecadores à conversão: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus” (Mt 4,17); “convertei-vos e crede no Evangelho” ( Mc 1,15).




O que é o Advento

A palavra "advento" quer dizer "que está para vir". O tempo do Advento é para toda a Igreja, a vivência do mistério de espera e preparação da vinda de Cristo. Neste tempo celebramos nas primeiras semanas a espiritualidade de espera da segunda vinda, e nas semanas mais próximas a seu fim a preparação para as solenidades de sua primeira vinda, seu nascimento.

É Momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado.

O Advento começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de Novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos.

Esse Tempo possui as duas características já citadas: As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. Por isto, o Tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa.

Origem

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV na Gália (atual França) e na Espanha tinha caráter ascético com jejum abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de S. Martinho). Este caráter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania. Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante 5 domingos.

Só após a reforma litúrgica é que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas. A Igreja entendeu que não podia celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.

Teologia do Advento

O Advento recorda a dimensão histórica da salvação, evidencia a dimensão escatológica do mistério cristão e nos insere no caráter missionário da vinda de Cristo. Ao serem aprofundados os textos litúrgicos desse tempo, constata-se na história da humanidade o mistério da vinda do Senhor. Jesus que de fato se encarna e se torna presença salvífica na história, confirmando a promessa e a aliança feita ao povo de Israel. Deus que, ao se fazer carne, plenifica o tempo (Gl 4,4) e torna próximo o Reino (Mc 1,15) . O Advento recorda também o Deus da revelação, Aquele que é, que era e que vem (Ap 1, 4-8), que está sempre realizando a salvação mas cuja consumação se cumprirá no "dia do Senhor", no final dos tempos. O caráter missionário do Advento se manifesta na Igreja pelo anúncio do Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação gloriosa de Cristo. As figuras de João Batista e Maria são exemplos concretos da missionariedade de cada cristão, quer preparando o caminho do Senhor, quer levando o Cristo ao irmão para o santificar. Não se pode esquecer que toda a humanidade e a criação vivem em clima de advento, de ansiosa espera da manifestação cada vez mais visível do Reino de Deus.

A celebração do Advento é, portanto, um meio precioso e indispensável para nos ensinar sobre o mistério da salvação e assim termos a Jesus como referencia e fundamento, dispondo-nos a "perder" a vida em favor do anúncio e instalação do Reino.

Espiritualidade do advento

A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão.

Deus é fiel a suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza. Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo mas que só se consumará definitivamente na parusia do Senhor. Por isso, o brado da Igreja característico nesse tempo é "Marana tha"! Vem Senhor Jesus!

O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (I Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições, etc.

O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que "preparemos o caminho do Senhor" nas nossas próprias vidas, "lutando até o sangue" contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.

No Advento, precisamos nos questionar e aprofundar a vivência da pobreza. Não pobreza econômica, mas principalmente aquela que leva a confiar, se abandonar e depender inteiramente de Deus (e não dos bens terrenos), que tem n'Ele a única riqueza, a única esperança e que conduz à verdadeira humildade, mansidão e posse do Reino.

As Figuras do Advento:
ISAIAS

É o profeta que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levava a consolação e a esperança. Na segunda parte do seu livro, dos capítulos 40 - 55 (Livro da Consolação), anuncia a libertação, fala de um novo e glorioso êxodo e da criação de uma nova Jerusalém, reanimando assim, os exilados.

As principais passagens deste livro são proclamadas durante o tempo do Advento num anúncio perene de esperança para os homens de todos os tempos.

JOÃO BATISTA

É o último dos profetas e segundo o próprio Jesus, "mais que um profeta", "o maior entre os que nasceram de mulher", o mensageiro que veio diante d'Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a sua vinda (conf. Lc 7, 26 - 28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos pecados (Lc 1, 76s).

A figura de João Batista ao ser o precursor do Senhor e aponta-lO como presença já estabelecida no meio do povo, encarna todo o espírito do Advento; por isso ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingo.

João Batista é o modelo dos que são consagrados a Deus e que, no mundo de hoje, são chamados a também ser profetas e profecias do reino, vozes no deserto e caminho que sinaliza para o Senhor, permitindo, na própria vida, o crescimento de Jesus e a diminuição de si mesmo, levando, por sua vez os homens a despertar do torpor do pecado.

MARIA

Não há melhor maneira de se viver o Advento que unindo-se a Maria como mãe, grávida de Jesus, esperando o seu nascimento. Assim como Deus precisou do sim de Maria, hoje, Ele também precisa do nosso sim para poder nascer e se manifestar no mundo; assim como Maria se "preparou" para o nascimento de Jesus, a começar pele renúncia e mudança de seus planos pessoais para sua vida inteira, nós precisamos nos preparar para vivenciar o Seu nascimento em nós mesmos e no mundo, também numa disposição de "Faça-se em mim segundo a sua Palavra" (Lc 1, 38), permitindo uma conversão do nosso modo de pensar, da nossa mentalidade, do nosso modo de viver, agir etc.

Em Maria encontramos se realizando, a expectativa messiânica de todo o Antigo Testamento.

JOSÉ

Nos textos bíblicos do Advento, se destaca José, esposo de Maria, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Ao ser da descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, permitindo que se cumpra em Jesus o título messiânico de "Filho de Davi".

José é justo por causa de sua fé, modelo de fé dos que querem entrar em diálogo e comunhão com Deus.

A Celebração do Advento

O Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, nos unamos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós. Pelo mesmo motivo, o diretório litúrgico da CNBB orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus.

As vestes litúrgicas (casula, estola etc) são de cor roxa, bem como o pano que recobre o ambão, como sinal de conversão em preparação para a festa do Natal com exceção do terceiro domingo do Advento, Domingo da Alegria ou Domingo Gaudete, cuja cor tradicionalmente usada é a rósea, em substituição ao roxo, para revelar a alegria da vinda do libertador que está bem próxima e se refere a segunda leitura que diz: Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito, alegrai-vos, pois o Senhor está perto.(Fl 4, 4).

Vários símbolos do Advento nos ajudam a mergulhar no mistério da encarnação e a vivenciar melhor este tempo. Entre eles há a coroa ou grinalda do Advento. Ela é feita de galhos sempre verdes entrelaçados, formando um círculo, no qual são colocadas 4 grandes velas representando as 4 semanas do Advento. A coroa pode ser pendurada no prebistério, colocada no canto do altar ou em qualquer outro lugar visível. A cada domingo uma vela é acesa; no 1° domingo uma, no segundo duas e assim por diante até serem acesas as 4 velas no 4° domingo. A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo salvador e luz do mundo brilhará para toda a humanidade, e representa também, nossa fé e nossa alegria pelo Deus que vem. O círculo sem começo e sem fim simboliza a eternidade; os ramos sempre verdes são sinais de esperança e da vida nova que Cristo trará e que não passa. A fita vermelha que enfeita a coroa representa o amor de Deus que nos envolve e a manifestação do nosso amor que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus. A cor roxa das velas nos convida a purificar nossos corações em preparação para acolher o Cristo que vem. A vela de cor rosa, nos chama a alegria, pois o Senhor está próximo. Os detalhes dourados prefiguram a glória do Reino que virá.

Podemos também, em nossas casas, com as nossas famílias, mergulhar no espírito do Advento celebrando-o com a ajuda da coroa do Advento ou com a Escada do Advento que pode ser colocada ao lado da mesa de refeição.




quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O que é o Sucesso?



Segue abaixo o discurso que o publicitário Nizan Guanaes fez na formatura da FAAP. Acho que o texto discute de uma forma muito bonita o significado da palavra SUCESSO.


"Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, sou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.


Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hittler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar.


E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma. A propósito disso, lembro-me uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: 'Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo.' E ela responde: 'Eu também não, meu filho'. Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar em realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.


Meu segundo conselho: pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega viver como homens.


Roubam, mas vivem umas vidas dignas de Odorico Paraguassu. Que era ficção, mas hoje é realidade, na pessoa de Geraldo Bulhões, Denilma e Rosângela, sua concubina. Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia:


“seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito”. É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de


ter vivido. Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro.


Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra. Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não sente-se e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia!


Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansear, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. De 8 às 12, de 12 às 8 e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios.


O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho. Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso."


Nizan Guanaes

O Mal Existe?



- O Mal Existe ?


Um professor ateu desafiou seus alunos com esta pergunta:


- Deus fez tudo que existe ?


Um estudante respondeu corajosamente:


- "Sim, Ele fez!"


- Deus fez tudo, mesmo ?


- Sim, professor - respondeu o jovem.


O professor replicou:


- Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe, e considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau.


O estudante calou-se diante da resposta e o professor ficou feliz em ter provado uma vez mais que a Fé era uma lenda. Outro estudante levantou sua mão e disse:


- Posso lhe fazer uma pergunta, professor ?


- Sem dúvida, respondeu-lhe o professor.


O jovem ficou de pé e perguntou:


- Professor, o frio existe ?


- Mas que pergunta é essa ? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio ?


O rapaz respondeu:


- Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o frio é ausência de calor. Todo objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas o que se estuda é o calor e não o frio. O zero absoluto é a ausência total de calor, todos os corpos ficam sem se mexer, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.


- E a escuridão, existe ? - continuou o estudante.


O professor respondeu:


- Mas é claro que sim.


O estudante respondeu:


- Novamente o senhor se engana, a escuridão também não existe. A escuridão é a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não podemos estudar. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Não há como determinar o quanto escuro está um determinado local do espaço. Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local é possível se estudar. Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.


Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:


- Diga, professor, o mal existe ?


Ele respondeu:


- Claro que existe. Como eu disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo. Essas coisas são o mal.


Então o estudante respondeu:


- O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É, como nos casos


anteriores, um termo que o homem criou para descrever essa ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a Fé ou o Amor, que existem como existe a Luz e o Calor. O mal resulta porque a humanidade não tem Deus presente em seus corações.


O prego



Certo feirante, depois de um dia muito proveitoso com
excelentes resultados no negócio, se dispôs a voltar
para casa antes do entardecer. Montou seu cavalo e,
prendendo muito bem à cintura a bolsa com seu dinheiro,
deu início à jornada de volta. Lá pelas tantas, parou em
um pequeno povoado para uma rápida refeição. Quando já
se preparava para prosseguir na caminhada, o moço da
cachoeira o avisou:
- Senhor, está faltando um prego na ferradura da pata
esquerda do seu animal. Não seria melhor providenciar
outro?


- Deixa faltar... - respondeu o feirante - Estou com
muita pressa; sem dúvida a ferradura agüentará bem as
horas que ainda restam a percorrer E lá se foi ele. À
tardinha, quando parou para dar ração pro cavalo, o
encarregado da cavalaria também foi ter com ele,
dizendo:


- Olha, está faltando a ferradura da pata esquerda do
seu animal. Quer que o nosso ferreiro veja isto?


- Deixa faltar. Estou com muita pressa e restam poucas
horas para que cheguemos ao nosso destino. Por certo o
cavalo resistirá - respondeu ele.


Continuou a cavalgar, mas já não conseguira andar muito,
quando notou que o cavalo estava manquejando. Tentou
continuar na esperança de chegar em casa; entretanto,
depois de poucos metros o animal passou a tropeçar e,
com pouco mais de tempo, numa queda mais forte, o cavalo
fraturou a perna e já não pôde mais sair do lugar.


Era noite e o feirante viu-se obrigado a deixar o pobre
animal caído, sem qualquer atendimento. Desprendendo a
caixa onde carregava uma série de apetrechos para seu
uso na feira, pô-la às costas e foi caminhando. A
distância que parecia curta tornou-se longa e penosa. Só
muito tarde chegou ele cansado, faminto e preocupado com
a possível perda do animal. Foi então que começou a
raciocinar: Tudo por causa de um simples prego que não
foi substituído no momento que se fez necessário.


Entendeu tarde demais o fato de que a pressa exige
calma.



Pequenas omissões/descasos podem resultar numa perda irreparável...

Entendeu? Peça perdão hoje, arrependa-se hoje

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Victor Rafael: Recomeçar

Victor Rafael: Recomeçar: "Sempre é tempo de recomeçar. Em qualquer situação podemos abrir novas portas, conhecer novos lugares, novas pessoas, ter outros sonhos. Re..."

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Saibas Construir seu Ninho



Que tu vivas sempre em um ninho de amor e paz...
Não o construas numa árvore incapaz de resistir às intempéries da existência, às tempestades, em galhos fracos que se quebrem ou se verguem facilmente ao sabor dos ventos. Apóia-o nos fortes ramos da ética, da sabedoria, da temperança, do amor, da fraternidade, da dignidade humana.
Utiliza as ferramentas da reflexão contínua, da solidariedade, da capacidade de dar e receber amor...
Que os tempos vindouros signifiquem em tua existência a construção e, se necessário, a reconstrução e fortalecimento do ninho em que te abrigas, a quem tu amas e aos que te prezam.
Saúde, paz e amor!
Oriza Martins

Recomeçar



Sempre é tempo de recomeçar.
Em qualquer situação podemos abrir novas portas, conhecer novos lugares, novas pessoas, ter outros sonhos.
Renovar o nosso compromisso com a vida e assim, renascer para a vida e alcançar a felicidade.
Não importa quem te feriu, o importante é que você ficou.
Não interessa o que te faltou, tudo pode ser conquistado.
Não se ligue em quem te traiu, você foi fiel.
Não se lamente por quem se foi, cada um tem seu tempo.
Não reclame da dor, ela é a conselheira que nos chama de volta ao caminho.
Não se espante com as pessoas, cada um carrega dentro de si, dores e marcas que alteram o seu comportamento, ora estamos felizes e transbordamos de alegria e paz, ora estamos melancólicos e só queremos ficar sozinhos...
O mundo está cheio de novas oportunidades, basta olhar para a terra depois da chuva. Veja quantas plantinhas estão surgindo, como o verde se espalha mais bonito e forte depois da tempestade.
As portas se abrem para os que não tem medo de enfrentar as adversidades da vida, para os que caíram, mas se levantam com o brilho de vitória nos olhos.
Todo o caminho tem duas mãos, uma que seguimos ainda com passos inseguros, com medo, porque não sabemos ainda o que vamos encontrar lá na frente, na volta, mesmo derrotados, já sabemos o que tem no caminho, e quando um dia, resolvemos enfrentar os nossos medos e fazer essa viagem novamente, somos mais fortes, nossos passos são mais firmes, já sabemos onde e como chegar ao destino, o destino é a vitória, o seu destino é ser feliz, eu creio nisso, e você?
Você está pronto para recomeçar?
O caminho está a tua espera, pé na estrada, coloque um sonho na alma, fé no coração e esperança na mochila, a vida se enche de novidades para os que se aventuram na viagem que conduz a verdadeira liberdade.


Vitória



Vencer os outros
não chega a ser
uma grande vitória.
Vitorioso
é aquele que consegue
vencer a si mesmo
combatendo seus vícios
e controlando suas paixões.
A vitória sobre nós mesmos
é muito mais difícil.
Ela requer mais coragem
mais disciplina e mais decisão.
Se você
não conseguir na primeira vez
tente de novo.
O simples fato de tentar de novo
já será sua primeira vitória.


Te desejo um Dia de Vitória !




O Poder de um Sorriso



Um sorriso não custa nada, mas cria muitas coisas.
Dura só um momento, mas sua lembrança perdura pela vida a fora.
Não se pode comprá-lo, mendigá-lo, pedi-lo emprestado ou roubá-lo.
Não tem utilidade enquanto não é dado.
E por isso se no seu caminho encontrares uma pessoa
por demais cansado para lhe dar um sorriso, deixa-lhe o seu,
pois ninguém precisa tanto de um sorriso quanto
aquele que não tem mais um a oferecer.
Seu sorriso será tão precioso para esta pessoa
que no momento que ela receber ela sentirar a magia
da felicidade incendiar o seu viver, e ela de gratidão
lhe retornarar um belo e meigo sorriso.
Por isso minha querida amiga, conserve este brilho
de alegria em seu rosto, pois mesmo que você não
perceba através do seu sorriso, você transmite para
as pessoas que caminham ao seu lado forças, alegrias e coragem!

Faça Hoje, Não Amanhã



Diz o preguiçoso: "Amanhã farei."
Exclama o fraco: "Amanhã terei forças."
Assevera o delinqüente: "Amanhã regenero-me."
É imperioso reconhecer, porém, que a criatura,
adiando o esforço pessoal, não alcançou, ainda,
a noção real do tempo. Quem não aproveita
a bênção do dia vive distante da glória do século.



A alma sem coragem de avançar cem passos
não caminhará vinte mil.
O lavrador que perde a hora de semear
não consegue prever as conseqüências da procrastinação
do serviço a que se devota, porque,
entre uma hora e outra,
podem surgir impedimentos e lutas de indefinível duração.


Muita gente aguarda a morte para entrar numa boa vida.
Contudo a lei é clara quanto à destinação de cada um de nós.
Alcançaremos sempre os resultados a que nos propomos.


Se todas as aves possuem asas, nem todas
se ajustam à mesma tarefa nem planam no mesmo nível.
A andorinha voa na direção do clima primaveril,
mas o corvo, de modo geral, se consagra,
em qualquer tempo, aos detritos do chão.
Aquilo que o homem procura agora surpreenderá amanhã,
à frente dos olhos e em torno do coração.


Cuida, pois, de fazer, sem delonga,
quanto deve ser feito em benefício de tua própria felicidade,
porque o Amanhã será muito agradável
e benéfico somente para aquele que trabalha no bem,
que cresce no ideal superior
e que aperfeiçoa nas abençoadas horas de Hoje.


sábado, 6 de novembro de 2010

Na bênção da vida



Mal você acorda pela manhã, e muitas preocupações passam a ocupar a sua mente. São tantas as providências que tem a tomar que muitas vezes fica atordoado e nem vê o dia acabar.


As coisas mais comezinhas e as mais graves são alvos de sua atenção, ocupando-lhe as horas.


A noite chega e, quando você se dá conta está exausto, extremamente exausto.


Mastiga o jantar enquanto tenta digerir os problemas que ficaram pendentes. Bem, mas agora é só amanhã...


Um banho rápido e, cama. Isto é tudo o que conseguirá fazer.


Algumas horas de sono e novamente o dia lhe convida a agir... E lá vai você outra vez.


As horas se sucedem, os dias se vão, os meses se transformam em anos, e você passa pela vida sem se dar conta das muitas bênçãos que ela lhe oferece, bem como a todas as criaturas que dividem com você o planeta.


Mas, apesar da indiferença, um novo dia se apresenta para ser vivido.


E este dia talvez seja oportuno para você lançar um olhar mais atento ao mundo a sua volta buscando interagir, de maneira consciente, com essas forças inteligentes.


Descubra o valor das concessões que o senhor lhe faz pelas mãos da vida e distenda alegria e reconhecimento por toda a parte.



Observe a natureza, abençoando sem cessar, através das próprias forças em movimentos.



Nascem frutas saborosas em árvores cujas raízes se prendem à lama...


Correm brisas leves, entoando melodias suaves, em apertados vales onde cadáveres se decompõem.


Cai o orvalho da noite sobre o solo ressequido e misérrimo, crestado pelo sol.


Voejam borboletas delicadas nos rios de ar ligeiro qual festival de cor flutuante sobre campina pontilhada de flores miúdas.


Desabrocham, além, espécies variadas da flora que o pólen feliz fecunda em todo lugar.


Rutilam constelações no manto da noite salpicando a terra de diamantes preciosos.


Em cada madrugada renasce o sol dourado, purificando o charco, vitalizando o homem, atendendo à flor sem indagar da aplicação que lhe façam dos raios beneficentes.


Não se detenha e recorde os tesouros com que o bem lhe enriquece o coração, através dos valiosos patrimônios da saúde e da fé, da alegria e da paciência, e vá em frente.


Indiferença é enfermidade.


Medo é veneno que mata lentamente.


Acenda a luz da coragem na alma, a fim de que você não se embarace nas dificuldades muito naturais que seguem ao lado dos seus compromissos em relação à vida.


Confiança em nossos atos é fortalecimento para a coragem alheia.


Otimismo nas realizações também é aliança de identificação com as esferas superiores.


Pense nisso!


Você não está no mundo em vão.


Aproveite a oportunidade, valorize as bênçãos da vida, difunda gratidão e alegria por onde passar, com quem estiver, com as concessões que possuir, justificando em atos edificantes a sua passagem pela terra.


Você não é figurante nos palcos da vida terrestre: é protagonista, é lição viva, é peça importante nessa imensa engrenagem chamada sociedade.


Pense nisso, e movimente-se em harmonia com essas forças poderosas e inteligentes que agem por toda parte.




quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Valorize o seu dia!



Cada dia corresponde a uma nova página escrita no livro da sua vida, onde você deverá escrever as melhores memórias.


Assim, quando desperte, dirija ao Infinito a sua prece. Agradeça pela noite superada e rogue ao Pai do Céu as indispensáveis bênçãos para o período iniciante.


Erga-se e alegre-se com a oportunidade renovada de manter seu corpo físico para os empreendimentos do progresso.


Busque ocupar-se com algo nobre, algo que dignifique a sua existência na Terra.


À frente dos transtornos e contratempos, que surgem nos caminhos de todos, invariavelmente, não se deixe conduzir pela irritação, pelo agastamento ou pelo azedume.


Procure compreender que nada lhe ocorre sem que tenha um sentido útil para o seu crescimento geral.


Perante as ocorrências de violência e diante dos quadros de agressões que veja em sua rota, realize o melhor que possa, sem revolta nem desespero.


Você está no mundo que fez por merecer, com as situações que caracterizam a sua quadra evolutiva e com as pessoas do seu mesmo patamar moral, com ligeiras diferenças, facilmente observáveis.


Onde esteja, semeie alegria e jovialidade, atendendo à recomendação do apóstolo Paulo para que demos graças a Deus por todas as coisas da vida.


Busque fazer novos amigos, mantendo, com carinho, os velhos companheiros.


A amizade, no mundo, é como o beijo solar iluminando as flores, sem o qual elas tendem a murchar e fenecer.


Alimente-se com moderação. Não é preciso passar fome, contudo, é bom que não transforme estômago em tonel de venenosas misturas, capazes de intoxicar, de lhe acumular indevido colesterol nas artérias ou de lhe provocar disfunções hepáticas.


Afaste-se das pseudo-necessidades alcoólicas. O álcool que você precisa para a digestão a Divindade já fez constar do seu programa de produção orgânica.


Fora disso, a ingestão dessa substância corresponderá sempre a consciente envenenamento que lhe perturbará a saúde aos poucos.


Procure ser comedido nas brincadeiras, a fim de não constranger os amigos, gerando afastamentos e inimizades.


Ou para não perder seu precioso tempo com intermináveis lorotas e banalidades.


Sorria, seja prazenteiro, uma vez que o Evangelho de Jesus, que você afirma conhecer, é fonte inesgotável de alegrias.


E quando chegar ao fim o seu dia, vivido com maior ou menor dificuldade, ponha-se em meditação.


Verifique onde é que você poderia ter sido melhor, em que itens deveria ter agido melhor.


E, sem remorsos prejudiciais, faça projetos de renovação para o dia seguinte, procurando levá-los a sério.


Ore e entregue-se uma vez mais ao Supremo Senhor, construindo, dia-a-dia, a própria felicidade, a sua própria luz.


Valorize o seu dia.


Não o desperdice remoendo mágoas ou destilando tormento, mas aprenda a cultivar a alegria de viver, apesar das lutas e limitações que carregue.


Valorize o seu tempo na Terra e prossiga, decidido pelo bem, para que, no serviço do Senhor, você continue crescendo em busca do en

O exemplo

Havia um garoto que, nos seus quase oito anos, adquirira um hábito nada salutar.

Tudo para ele se resumia em dinheiro. Queria saber o preço de tudo o que via. Se não custasse grande coisa, para ele não tinha valor algum.

Nem se apercebia o pequeno que há muitas coisas que dinheiro algum compra.

E dentre essas coisas, algumas são as melhores do mundo.

Certo dia, no café da manhã, ele teve o cuidado de colocar sobre o prato da sua mãe um papelzinho cuidadosamente dobrado.

A mãe o abriu e leu:

"Mamãe me deve: por levar recados - 3 reais; por tirar o lixo - 2 reais; por varrer o chão - 2 reais; extras - 1 real.

Total que mamãe me deve: oito reais."

A mãe espantou-se no primeiro momento.

Depois, sorriu, guardou o bilhetinho no bolso do avental e não disse nada.

O garoto foi para a escola e, naturalmente, retornou faminto.

Correu para a mesa do almoço.

Sobre o seu prato estava o seu bilhetinho com os oito reais.

Os seus olhos faiscaram.

Enfiou depressa o dinheiro no bolso e ficou imaginando o que compraria com aquela recompensa.

Mas, então, percebeu que havia um outro papel ao lado do seu prato.

Igualzinho ao seu e bem dobrado.

Ele abriu e viu que sua mãe também lhe deixara uma conta:

"Filhinho deve à mamãe: por amá-lo - nada.

Por cuidar da sua catapora - nada.

Pelas roupas, calçados e brinquedos nada.

Pelas refeições e pelo lindo quarto - nada.

Total que filhinho deve à mamãe - nada."

O menino ficou sentado, lendo e relendo a sua nova conta. Não conseguia dizer nenhuma palavra.

Depois se levantou, pegou os oito reais e os colocou na mão de sua mãe.

A partir deste dia, ele passou a ajudar sua mãe por amor.

Nossos filhos são espíritos que trazem suas virtudes e suas paixões inferiores de outras existências.

Cabe-nos examiná-las para auxiliá-los na consolidação das primeiras e no combate às segundas.

Todo momento é propício e não deve ser desperdiçado.

As ações são sempre mais fortes que as palavras.

Na condução dos nossos filhos, cabe-nos executar