sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ordenação Diaconal: CHARLES LAMARTINE

“Vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou

e se entregou a si mesmo por mim”
(Gálatas 2, 20)
Hoje, 27.08.10, haverá a Ordenação Diaconal de Charle Lamartine, na Catedral de Santa Luzia, em Mossoró.

Por imposição das mãos e Oração Consecratória do nosso Pastor Diocesano Dom Mariano Manzana.

O convite fica pra todos.
(Victor Rafael "Aspirante salesiano")

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Amado Pai,

Depois de tantos percalços e de tantas estradas percorridas
volto a ti confiante e trazendo um ramalhete de lembranças
daqueles primeiros anos da vida.
Venho, humildemente e com o coração cheio de esperança
colocar em teus braços e em teu coração a minha criança querida procurando, com a tua divina ajuda, recompor os registros daqueles anos em que eu naturalmente acreditaria
que o mundo é BOM
Que eu saiba resgatar, de forma amorosa e inteligente
com a sabedoria do adulto, a meiguice da criança
que se encanta com tudo o que sente, vê e aprende.
Devagar, pacientemente,
quero construir um mundo novo para a minha criança.
Um mundo cheio de carinho, afeto, de coisas simples,
mas significativas um mundo gostoso de se viver,
bem bonito e aconchegante.
Um mundo que é só meu, mas que agora abraça e incorpora
tantas pessoas amigas e queridas que de mim passaram a fazer parte por causa da NET, da amizade virtual verdadeira e da arte!
Quero voltar a sentir, a viver e a acreditar que,
apesar de tudo e de todos sou fruto do AMOR.
Ajuda-me, amado Pai!
Amorosamente, eu creio, Senhor!






quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A IMPORTÂNCIA DA VIDA.

Tudo nesta vida tem um lado positivo e precisamos apenas aproveitar com sabedoria, antes que seja tarde demais.

A grande sabedoria da vida está na maneira que conduzimos a nossa história. Muitos por medo de tentar, de arriscar viram prisioneiros. Muitas vezes aprisionados por uma situação que aos poucos consome a essência de viver.

Quantos por causa dos pré-julgamentos da sociedade já não deixaram de ser felizes? Quantos já não desejaram uma vida diferente? Quantos por medo da solidão desistiram de jogar tudo pro alto? Quantos tiveram a vontade de virar o jogo e na hora o sentimento de pena/inferioridade se manifestou? Quantos vivem relacionamentos só de aparências? Quantos nesta vida são infelizes porque não tentaram ou não se arriscaram?

Quantas circunstâncias que poderiam ser evitadas, mas ao contrário, vamos empurrando o caos da vida. Situações que nos amortecem em dose de elefante.

Deixamos de viver por causa dos outros; deixamos de ser felizes pelo que vão pensar ou falar. Deixamos de viver emoções para morrer trancafiado no que a sociedade edita como correto.

Acho que todos nós esquecemos do essencial, Deus nos deu a vida para que possamos viver com liberdade, jamais prisioneiros. Deus nos desejou, nos desenhou e nos criou. Por este motivo devemos valorizar e agradecer a importância da vida. Devemos viver com veemência!

A importância de ter uma vida harmoniosa está nas escolhas que fazemos. Tudo isso é tão simples, como a arte de nos amar, ter o amor-próprio. Deseja ser amado, ame-se! Deseja sucesso, conquiste com determinação os seus ideais. Deseja uma vida diferente, faça a diferença, quebre os paradigmas e viva a vida plenamente.

Então, lembre-se, você possui a vida que cultiva. Se não deseja o que possui, jogue tudo pro alto e recomece. Recomeçar é sempre o melhor! Recomece quantas vezes for necessário. Recomeçar é mostrar que estamos vivos. Dê valor à vida, ela é única e sem volta.

A ARTE DE SER ESTUDANTE

Penso que ser estudante, além de ser uma profissão considerável, deveria ser, também, considerado uma arte.

Desde os primórdios da Educação, muitas coisas foram pensadas, estudadas, pesquisadas, alimentadas cientificamente ou não. Sempre interessante também ter considerações sobre o próprio tema em si. Essa temática entre o homem e a educação sempre levantou muitas polêmicas e dentro da filosofia cabe-nos perceber no que consiste o ato de educar. A filosofia, segundo o professor Chaves( Eduardo Chaves), dentro de um pólo analítico, é aquela atividade reflexiva, realizada, por meio de análise e de crítica pelo ser pensante, no exame do significado e dos fundamentos de conceitos, crenças, convicções e pressuposições básicas, mantidos por ele próprio ou por outros seres pensantes.

Quando paramos para refletir sobre algum tema, sempre somos mais que um pensante, nossas idéias não são nossas, na verdade são compostas de tudo que nos cerca, de tudo que vivemos, aprendemos e adquirimos ao longo do tempo. Bem verdade, passam a ser nossas quando somada a outras idéias, constituem uma idéia nova e mesmo assim não são puramente nossas.

Mas, estou refletindo a respeito da educação e seus aprendizes porque quero escrever sobre uma categoria de pensantes. Todavia, aqueles pensantes que não detêm o grau de mestres, doutores e pós-graduados. Refiro-me aqueles que estão a caminho, cursando, com ou sem a intenção de se tornarem pós-graduados em seus estudos, ou na sua vida profissional. Simplesmente, estudam.

E, tudo isso leva-me a pensar e uma pergunta se forma: o que seríamos, de nós professores, sem nossos alunos?

Ser estudante é uma arte. É a arte de tentar entender o que o outro está tentando explicar.

Ser estudante é uma arte quando este, mesmo sem compreender o que está sendo dito, procura recursos auxiliares para tentar entender o outro.

Ser estudante é uma arte quando recebe comentários que soam sobre a sua não capacidade de assimilar o conteúdo e mesmo assim ao longo do tempo consegue um lugar consideravelmente aceitável, mas não para o outro e sim para ele.

Ser estudante é uma arte quando este trabalha oito horas por dia e mesmo assim, ao cair da noite, fatigado, entra em sala de aula para aprender e sabe-se lá o que vai encontrar pela frente. Talvez, um outro também tão cansado quanto ele.

Ser estudante passa a ser uma arte quando das pronfundezas de um aprendizado mal estruturado ele passa no vestibular.

Ser estudante é uma arte quando ele “roda” no vestibular e mesmo assim se supera e entende que vestibular é nada, a não ser mais uma prova que não prova nada da sua capacidade e das suas habilidades.

Ser estudante passa a ser uma arte grandiosa quando nosso aluno percebe a necessidade do estudo diante do mundo moderno.

Escrever sobre os estudantes, independente da sua nacionalidade, sempre me comove muito, aliás, penso que deveriam ter uma comunidade mundial em defesa desses, pois quantas coisas escutam ao longo do percurso estudantil que daria para escrever um manual de como não ser um bom estudante.

Vou sempre defender o aluno, sempre, porque acredito que em algum momento falhamos. Então, quando paro para pensar sobre o que é ser um estudante, penaliza-me muito esse pensar, porque forma em minha idéia o ser indefeso que desconhece o saber e mesmo assim não é encaminhado para que este saber se constitua.

Alguns colegas dizem-me que estou errada, que existe, realmente, estudantes que nada querem saber do aprender, que nada podem fazer pelo estudante, digo, pelo aluno que está diante dele. Até nem tiro a razão deles, não dos meus colegas, mas dos estudantes. Porque sinceramente, trabalhar o dia inteiro, ou levantar cedo e ir para escola, ou depois de um período desgastante do dia, entrar em uma sala de aula e encontrar aquele de rosto amarrado, colado em uma cadeira, pedindo que abram suas apostilas e façam a leitura em voz alta, ou em grupo, e passar todo período dentro da sala, sem citar outras coisas que bem sabemos, é para morrer.

E, para os artistas mais audaciosos, aqueles que enfrentaram uma faculdade com os mesmos paradigmas dessa educação, com ou sem bolsas de estudos, que em determinado momento deixaram de doar o seu tempo àqueles que amava, que deixaram de fazer suas melhores atividades de lazer, e mesmo assim insistem em continuar a mostrar a nós professores que, apesar de terem passado tudo isso durante a aprendizagem inicial, querem seguir, querem se arriscar no novo para quiçá quebrar essa corrente feita ao longo do tempo e serem realmente bons naquilo que fazem.

O que me conforta nesse pensar todo é saber que um dia eles vão crescer e, com a nossa ajuda ou não, vão conseguir ser grandes e fortes.

Só falta a nós escolher como queremos ser lembrados por esses estudantes que fizeram do ato de estudar uma arte de persistência.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

TRASFIGURAÇÃO DO SENHOR



A Festa da Transfiguração do Senhor remonta ao século V, no Oriente. Na Idade Média estendeu-se por toda Igreja Universal, especialmente com o Papa Calisto III.


Presente Pedro, João e Tiago Jesus se transfigura diante deles! Seu corpo ficou luminoso e resplandecentes as suas vestes. Com isto Jesus quis manifestar aos discípulos que Ele era realmente o Filho de Deus, enviado pelo Pai. Jesus é o cumprimento de todas as promessas de Deus; é Deus conosco, a manifestação da ternura e da misericórdia do Pai entre os homens. A sua paixão e morte não serão o fim, mas tudo recobrará sentido quando Deus Pai o ressuscitar e o fizer sentar à Sua direita, na Sua glória. Tudo isto é dito de uma maneira plástica - luz, brancura, glória, nuvem… que indicam a presença de Deus.


Jesus nos revela um Deus que surpreende. Fala da Glória. Todavia nos mostra que o caminho necessário para ela é o caminho da cruz, da paixão e morte, da entrega total de Sua vida pelo perdão dos pecados.


Já o profeta Daniel ficou surpreendido, de ver entrar na glória e receber uma realeza divina, com poder eterno, alguém semelhante a qualquer filho do homem. Mas teve que passar pela cova de leões.


Surpreendidos ficaram também os três apóstolos no Tabor ao verem Jesus tão divinamente transfigurado, estando precisamente a rezar preocupado, como qualquer homem, com o que ia sofrer em Jerusalém.


Na liturgia de hoje, o Evangelista refere que Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João a um monte elevado e se transfigurou diante deles, tornando-se resplandecente de tal brancura que «lavadeiro algum da terra poderia branquear as suas vestes assim». É neste mistério de luz que hoje a liturgia nos convida a fixar o nosso olhar. No rosto transfigurado de Jesus brilha um raio da luz divina que Ele conservava no seu íntimo. Esta mesma luz resplandecerá no rosto de Cristo no dia da Ressurreição. Neste sentido, a Transfiguração manifesta-se como uma antecipação daquilo que nós nos revestiremos quando tudo se consumar em todos. Aí sim celebraremos o mistério pascal.


A Transfiguração convida-nos a abrir os olhos do coração para o mistério da luz de Deus, presente em toda a história da salvação. Já no início da criação, o Todo-Poderoso diz: «Faça-se a luz!» (Gn 1, 3), e verifica-se a separação entre a luz e as trevas. Como as outras criaturas, a luz é um sinal que revela algo de Deus: é como o reflexo da sua glória, que acompanha as suas manifestações. Quando Deus aparece, «o seu esplendor é como a luz, das suas mãos saem raios» (Hab 3, 4 s.). Como se afirma nos Salmos, a luz é o manto com que


Deus se reveste (cf. Sl 104, 2). No Livro da Sabedoria, o simbolismo da luz é utilizado para descrever a própria essência de Deus: a sabedoria, efusão da glória de Deus, é «um reflexo da luz eterna», superior a todas as luzes criadas (cf. Sb 7, 26.29 s.). No Novo Testamento, é Cristo que constitui a plena manifestação da luz de Deus. A sua Ressurreição aboliu para sempre o poder das trevas do mal.


Com Cristo ressuscitado a verdade e o amor triunfam sobre a mentira e o pecado. Nele, a luz de Deus já ilumina definitivamente a vida dos homens e o percurso da história. «Eu sou a luz do mundo afirma Ele no Evangelho Quem me segue não caminhará nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo 8, 12).


Marcos no Evangelho de hoje recorrendo a elementos simbólicos do Antigo Testamento, faz uma catequese sobre Jesus, o Filho amado de Deus, que vai concretizar o seu projeto libertador em favor dos homens através do dom da vida. A ti que muitas vezes estás, desanimado e assustado, Jesus diz: o caminho do dom da vida não conduz ao fracasso, mas à vida plena e definitiva. Segui-l’O é a garantia da vitória final.


Portanto, neste segundo Domingo da Quaresma, a Palavra de Deus define o caminho que o verdadeiro discípulo deve seguir para chegar à vida nova. E este não é senão o caminho da escuta atenta de Deus e dos seus projetos, o caminho da obediência total e radical aos planos do Pai


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ser padre é ser ponte


É um título que me entusiasma, porque não há tarefa mais formosa do que dedicar-se a estender pontes entre os homens e as coisas. Sobretudo num tempo em que são abundantes os construtores de barreiras. Num mundo de tantas valas, que coisa melhor do que dedicar-se a superá-las?

Mas fazer ponte – e sobretudo fazer de ponte – é uma tarefa muito dura. Não se faz sem muito sacrifico. Uma ponte é alguém fiel às duas margens, mas que não pertence a nenhuma delas. Quando se pede a um padre que seja ponte entre Deus e os homens, quase se está a obrigar a ser um pouco menos homem, a renunciar provisoriamente a sua condição humana para intentar esse duro ofício de mediador e de transportador de margem a margem.

Se a ponte não pertence por inteiro a nenhuma das margens, tem de estar firmemente assente em ambas elas. Não é margem, mas apoia-se nelas, é súbita de ambas, depende de uma e de outra. Ser ponte é renunciar a toda a liberdade pessoal. Só se serve quando se renunciou.

É lógico que sai muito caro servir de ponte. É um ofício pelo qual se paga muito mais do que se recebe. Uma ponte é fundamentalmente alguém que suporta o peso de todos os que passam por ela. A resistência, a solidez, são as suas virtudes. Numa ponte conta menos a beleza e a simpatia – embora seja muito bela uma ponte formosa -; conta sobretudo a capacidade de serviço, a utilidade.

Uma ponte vive no desagradecimento: ninguém fica a viver numa ponte. Usa-se para passar, e Pára-se na outra margem. Quem quiser carinhos escolha outra profissão. O mediador acaba a sua tarefa quando mediou. A sua tarefa posterior é o esquecimento. Uma ponte é até a primeira coisa a ser bombardeada numa guerra. Por isso está o mundo cheio de pontes destruídas

Realmente ser padre é tocar no ceu e não estar lá ainda. É viver a eternidade, mas ainda só com a esperança que ela chegará. É buscar viver a pureza, lutando contra a concupsciencia. É ser mediador daquele que é o centro. É cuidar com a consciencia que precisa ser cuidado. É viver a solidão do pastor sem nunca estar só. É amar a todos, mesmo que ninguem o ame.

É aceitar a todas as pessoas, mesmo que ninguem o aceitem.

O amor do padre é da Igreja

Na carta aos Efésios, São Paulo nos apresenta o exemplo maior do amor: Maridos, amai vossas mulheres, assim como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela.

Tempos atrás eu vi na estante de um padre um livro com este título: Os padres também amam. Pensei que era um livro de espiritualidade para padres, mas era um livro sobre escândalos na vida de padres.

Na realidade, o padre não é padre para amar menos, mas para amar mais. Aquele apelo de Paulo pode significar também o seguinte: Padres, amem a Igreja, assim como o marido ama sua mulher e seus filhos e dedica sua vida à sua família. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida por seus amigos.

Foi assim que Jesus falou, e foi assim que ele fez. Entregou sua vida para abrir para nós o caminho da salvação. Não foi apenas na hora da cruz que deu sua vida por nós. Toda sua vida na terra foi dedicada à nossa salvação. Desde o seu nascimento na pobreza de uma família que não encontrou hospedagem e logo precisou enfrentar uma longa viagem pelo deserto para fugir da perseguição dos poderosos.

Começou seus três anos de pregação com quarenta dias de jejum no deserto. Deixou-se expulsar de Nazaré por conterrâneos que não aceitavam sua pregação. Enfrentou com paciência calúnias e críticas dos fariseus, dos escribas e doutores da lei, dos exegetas e teólogos daquele tempo que deviam ser os primeiros a reconhecer nele o Messias anunciado pelos profetas. Suportou as dificuldades de uma vida itinerante, às vezes dormindo ao relento. Dos discípulos exigia os mesmos sacrifícios.
O celibato, deixar de ter esposa e filhos por causa do Reino de Deus, só faz sentido no contexto de uma vida dedicada à missão confiada ao padre por Jesus na Igreja para o mundo. Muitos dirão que a Igreja e o povo exigem demais dos padres, e que nem todos conseguem viver a vida toda inteiramente dedicada ao povo de Deus.

Os padres são feitos do mesmo material que os outros. Alguns começam cheios de entusiasmo e depois esmorecem. Como namorados apaixonados que no início do convívio capricham para agradar e mais tarde passam a ceder às tentações da traição. Outros continuam fiéis, mas não vivem mais na felicidade de uma vida de amor. Passam a cuidar de si mesmos em vez de cuidar da sua família.

A família do padre são os paroquianos. Já nos primeiros séculos da Igreja surgiu também a vocação para a vida religiosa em conventos de monges ou monjas, de frades ou freiras, com os votos de pobreza, castidade e obediência. Os padres diocesanos não fazem voto de pobreza, mas assumem o compromisso de uma dedicação integral no celibato e fazem a promessa de obediência ao bispo. Precisam ser um exemplo de obediência às leis da Igreja que pregam aos outros.

Diante de fraquezas visíveis ou escondidas, reais ou imaginárias, e diante da falta de padres, muitos acham que a Igreja devia permitir que os padres casassem, ou admitir a ordenação de homens casados. Acontece que ser padre não é uma profissão, não é carreira que se escolhe de acordo com as próprias preferências ou pelo critério de uma remuneração melhor. O peso do celibato obrigatório serve para medir a fé e a disposição do candidato ao serviço sacerdotal.

Quando um padre tinha mais prestígio na sociedade ser padre podia parecer coisa atraente para jovens do interior, que depois recuavam diante da exigência do celibato. Tal exigência não pode ser separada do contexto maior de uma vida dedicada a Deus, à Igreja, ao povo. Não faz sentido renunciar ao convívio de esposa e filhos e depois apegar-se a coisas menores. O discípulo de Jesus não pode fugir da sua cruz.

Para o serviço de sacerdote na Igreja de Jesus só serve quem estiver com a disposição de colocar-se a serviço do povo de Deus para o que der e vier, incluindo a obediência à Igreja com aceitação das suas exigências, mesmo sem entender as razões quando razões pessoais parecem ter um peso maior.

Quando eu estava procurando meu caminho no ambiente turbulento da Escola Técnica Federal da Suiça, um colega muçulmano questionava minha vocação: “Como é que você pode pensar em ser padre? Como é que pode saber que não vai embarcar numa canoa furada? Como é que pode ter certeza que Jesus é algo mais que outros profetas? Como é que pode saber que a verdade se encontra na Igreja Católica? Não é melhor cuidar da sua vida, ter uma boa carreira na ciência? No serviço militar, um comandante me disse quase a mesma coisa.

Ser padre só faz sentido numa perspectiva de fé. Aí está o problema maior do nosso tempo de confusão de idéias e valores: A falta de firmeza na fé, até em países onde quase todos ainda se dizem cristãos e onde todo dia se abrem novas igrejas disputando adeptos em torno de pregadores de auditório que vendem milagres.

Nos ambientes intelectuais se difunde um ateísmo que nega a existência de Deus, preparado por um agnosticismo que diz que ninguém pode encontrar a verdade, que ninguém pode ter certeza de nada. A única certeza que admitem é esta: que nada é certo. Será que no íntimo do seu niilismo eles têm certeza disso?

A missão do padre é apresentar a Palavra de Deus a todas as pessoas de boa vontade, fazer como Jesus que passou pela vida fazendo o bem pela sua pregação. Prega a Palavra, quer agrade quer desagrade. Quem ama, faz o que pode para não desagradar, e para agradar, com palavras e atitudes. (1 Cor 13,4-8) O padre precisa cativar os jovens que são o futuro mas procuram o futuro longe da Igreja. Atrair para instruir. Não para aumentar o número de adeptos, mas para que todos tenham vida e possam perceber que Deus veio estar conosco para que possamos estar com Ele.

Ezequiel criticava os pastores que se apascentam a si mesmos. O padre não é padre para si mesmo. Ser padre é ser para os outros.


Dom Cristiano Jakob Krapf

terça-feira, 3 de agosto de 2010

DIA DO PADRE

Ser padre é ser abençoado e verdadeiramente escolhido por Deus.
Sem dúvida nenhuma, somente alguém que tem Deus ao seu lado é capaz de realizar tantos feitos como celebrar a Eucaristia, pregar o Evangelho, acolher os pecadores, orientar e acompanhar como somente um pai pode fazer.
Um pai espiritual dado pelo Senhor para nos guiar no caminho da salvação.
Ser padre não é uma tarefa fácil!
Deixar tudo é entregar-se completamente nas mãos do Senhor. Isso pede vocação, força e fé.
O padre é um ser humano sujeito a tentações, fraquezas e também emoções e sentimentos.
É claro que, em alguns casos, nem sempre os limites humanos são superados, mas a graça divina e a oração constante são a melhor ajuda para os momentos de dificuldade.
Por isso padre, saiba que eu estou orando sempre por você.

Parabéns pelo seu dia!