sábado, 24 de abril de 2010

Paz e família







A defesa da família e a construção da paz marcaram as intervenções proferidas por Bento XVI nesta Terça-feira, 1 de Janeiro de 2008, dedicado pela Igreja à celebração do Dia Mundial da Paz.

No ano em que se celebram o sexagésimo aniversário da “Declaração Universal dos Direitos do Homem”, o quadragésimo da instituição desta Jornada Mundial e o vigésimo quinto da “Carta dos Direitos da Família” adoptada pela Santa Sé, o Papa dirigiu um convite a toda a humanidade.





“Convido cada homem e cada mulher a assumirem uma consciência mais lúcida da pertença comum à única família humana e a empenharem-se para que a convivência na terra reflicta cada vez mais esta convicção, da qual depende a instauração de uma paz autêntica e duradoura”, disse na homilia da Missa celebrada na Basílica de São Pedro.


Posteriormente, no primeiro Angelus de 2008, Bento XVI recordou “o empenho de fazer da humanidade uma verdadeira comunidade de paz”


“Quem, mesmo inconscientemente, combate a instituição familiar, debilita a paz na comunidade inteira, nacional e internacional, porque enfraquece aquela que é efectivamente a principal agência de paz”, disse o Papa, citando a sua mensagem para este dia, que tem como tema “Família humana, comunidade de paz”.


Falando de uma “estreita ligação entre família, sociedade e paz”, Bento XVI disse que “o mesmo amor que constrói e mantém unida a família, célula vital da sociedade, favorece o instaurar-se entre os povos da terra daquelas relações de solidariedade e de colaboração que correspondem a membros da única família humana”.


“Este ano, na mensagem para o Dia Mundial da Paz, quis sublinhar a estreita ligação existente entre a família e a construção da paz no mundo. A família natural, fundada no casamento entre um homem e uma mulher, é o berço da vida e do amor e a primeira e insubstituível educadora da paz”, afirmou.


Bento XVI defendeu que “a família é a principal agência de paz e, assim, a negação ou restrição dos direitos da família, ocultando a verdade do homem, ameaça os próprios fundamentos da paz”.


Após considerar “importante que cada um assuma as suas próprias responsabilidades perante Deus”, o Papa invocou “Maria, Mãe do Príncipe da paz”:


“Maria, Mãe do Príncipe da paz, sustente a Igreja no seu agir incansavelmente ao serviço da paz, e ajude a comunidade dos povos, que em 2008 celebra o sexagésimo aniversário da Declaração universal dos direitos do homem, a percorrer um caminho de autêntica solidariedade e de paz estável”, pediu.


Nas saudações pronunciadas em diversas línguas, não faltou o português: “A todos os peregrinos de língua portuguesa, uma cordial saudação com votos de feliz Ano Novo, cheio das bênçãos do Céu que Jesus Cristo nos trouxe e oferece a todos”.


Mãe de Deus

Logo de manhã, na Missa celebrada na Basílica de São Pedro, o Papa evocou a bênção referida na primeira leitura, do Livro dos Números: “o Senhor te conceda paz”.


“O Senhor dê paz a cada um de vós, às vossas famílias, ao mundo inteiro. Todos aspiramos a viver na paz, mas a verdadeira paz, anunciada pelos anjos na noite de Natal, não simples conquista do homem ou fruto de acordos políticos; é antes de mais dom divino a implorar constantemente e, ao mesmo tempo, empenho a concretizar com paciência, sempre dóceis ao mandamento do Senhor”.



Recordando que foi o Papa Paulo VI a transferir para este primeiro dia do ano a festa da Divina Maternidade de Maria, que dantes se celebrava a 11 de Outubro, Bento XVI observou que “o título de Mãe de Deus é, juntamente com o de Santa Virgem, o mais antigo e o fundamento de todos os outros títulos com que Nossa Senhora foi e continua a ser venerada de geração em geração, no Oriente e no Ocidente”. E convidou a contemplar Maria, “mãe sempre virgem do Filho unigénito do Pai”, aprendendo com ela a “acolher o Menino que para nós nasceu em Belém” e reconhecendo nele “o Filho eterno de Deus”, “o nosso único Salvador”.


A concluir, uma referência ainda ao Evangelho do dia, quando sublinha que Maria meditava no seu coração, em silêncio, os acontecimentos em que Deus a tinha envolvido. O Papa observou que a palavra grega usada significa literalmente, “juntar” (pôr em conjunto) e leva a pensar num “grande mistério que há que descobrir pouco a pouco”. Há-de ser “na escola de Maria” que se poderá “captar com o coração aquilo que os olhos e a mente por si só não conseguem advertir nem podem conter”…


“Queridos irmãos e irmãs, só conservando no coração, isto é, juntando os diversos elementos e encontrando a unidade de tudo o que vivemos podemos penetrar, seguindo Maria, no mistério de um Deus que, por amor, se fez homem e nos chama a segui-lo no caminho do amor. Amor que há que traduzir cada dia num generoso serviço aos irmãos”.


(Com Rádio Vaticano)

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