Arquidiocese de São Paulo enfatiza essa dimensão nas paróquias
A arquidiocese de São Paulo conta muito com os párocos no propósito de renovação missionária da Igreja, afirma o cardeal Odilo Scherer.
Nas comunidades que lhes foram confiadas, os párocos “são os autênticos formadores, animadores e guias do povo em ordem à vivência cristã e eclesial”, afirma o arcebispo, em artigo na edição desta semana do jornal O São Paulo.
Segundo Dom Odilo, todo sacerdote “é um missionário pela própria natureza do ministério recebido. A distinção entre os carismas do pastor e do missionário é apenas sutil e, na prática, os dois carismas são inseparáveis”.
“É bem verdade que Jesus Cristo e o Espírito Santo são os primeiros interessados na vida e na missão da Igreja e, por isso, não lhe deixam faltar os dons para que ela possa cumprir bem sua missão.”
Mas, por outro lado – prossegue o arcebispo –, “Jesus Cristo chamou discípulos e apóstolos, associando-os à sua própria missão e fazendo deles seus colaboradores, confiando à sua responsabilidade a evangelização. Portanto, a vida e a missão da Igreja dependem também de nós e de nosso empenho humano em realizá-la bem”.
O cardeal explica que “a distinção entre sacerdote missionário e sacerdote ‘pastor de almas’ é possível, mas seria impróprio separar essas duas dimensões do único sacerdócio de Cristo”.
O carisma missionário do presbítero “decorre de sua configuração com Jesus Cristo, Sacerdote, Cabeça e Pastor da Igreja; Ele foi inteiramente missionário do Pai e inteiramente sacerdote e pastor da humanidade”.
“Em nenhum instante, essas três dimensões da identidade messiânica estiveram separadas na pessoa e na ação de Jesus, mas foram conjuntamente a expressão do seu amor total pela humanidade.”
“Assim, também na vida do padre, não pode haver separação entre essas três dimensões; juntas, elas dão expressão à vivência apostólica e à caridade pastoral do padre”, afirma o cardeal.
Por outro lado – prossegue Dom Odilo –, a preocupação com a missão ‘ad gentes’ “já não diz mais respeito apenas aos povos distantes e distintos do nosso, supostamente, ainda não atingidos pelo Evangelho”.
“Tais povos certamente ainda existem e devem estar sempre na nossa preocupação missionária. Porém, as ‘gentes’ a serem evangelizadas vivem hoje muito próximas e no meio de nós.”
São “imigrantes e pessoas de convicções religiosas diferentes, que ainda não têm nenhuma relação com a fé cristã; mas também são os muitos batizados e nunca evangelizados, ou os filhos de famílias católicas, que já não foram mais batizados e ficaram deserdados da fé e do patrimônio da vida eclesial”.
“Como seria bom se as paróquias fossem tomadas de um ardor missionário intenso, de maneira a contagiar os já participantes da vida da Igreja com o desejo de levar tantos irmãos para Cristo!”, afirma Dom Odilo.
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