quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Ser grata à vocação

A vocação é um dom de Deus e todos nós somos chamados a uma missão que nos leva à compreensão da gratuidade do amor divino. A recusa ao chamado atrasa nossa caminhada em direção à luz e à verdade ditadas pelo nosso mestre maior. Todas as atividades profissionais, remuneradas ou voluntárias, representam uma missão e devem ser desempenhadas com dedicação e amor, porque não adiantaria uma pessoa que trabalha, por exemplo, em um escritório, dizer que faz o serviço com muita má vontade e mal feito, porque, na verdade, aquilo que gosta é trabalhar nos finais de semana ajudando em alguma pastoral. Todo serviço, do grande ao pequeno, é uma missão de servir ao próximo e, tudo que é bem feito com amor e respeito, retorna a nós como uma semente que plantamos. Vamos colher exatamente o fruto da semente plantada.

Ser catequista é uma missão que ajuda crianças, jovens e adultos no aprendizado religioso e moral, proporcionado uma melhor compreensão das escrituras e dos ensinamentos de Jesus. Sou catequista faz treze anos e há três na Escola CEI, Centro de Educação Integrada. Minha missão tem trazido muita alegria aos alunos, pais e professores da Escola, mas a ajuda é recíproca, pois tenho aprendido muito com eles e foi uma alegria vê-los todas as terças e quartas-feiras durante a preparação que durou um ano, com esta segunda turma de catequizandos, tempo suficiente para os sacramentos da Primeira Comunhão e Crisma.

No mês de setembro, fui à presença do senhor bispo solicitar a realização dos sacramentos. Dom Pedro Luiz, mais uma vez com sua simplicidade e atenção de bom pastor ouviu atentamente e marcou a data para o dia 10 de novembro, às 10 horas. Ele me perguntou onde seria a celebração e eu disse que gostaria que fosse na Igreja Nossa Senhora das Graças, haja vista que no ano anterior fomos acolhidos com muito carinho para a celebração, até então, inédita, em Franca, da primeira comunhão e crisma de portadores de necessidades especiais.

Marcada a data, fui atrás dos últimos detalhes, encontrando pessoas solidárias que me ajudaram na organização, entre elas: Jocelina, Wilker, Gabriela , o Frei Dito e a pastoral de música. Todos se prontificaram com dedicação, amor e carinho. O Frei Dito foi à escola CEI no dia 06 de novembro e deu a benção aos catequizandos, participando da confraternização que lá aconteceu.

Com muita emoção, diante da realização da cerimônia, eu agradecia a Deus, ã Paróquia Nossa Senhora das Graças e a todos os colaboradores que, juntamente com os pais, professores e diretora, tornava possível algo transformador na vida dos jovens adultos especiais.

Chegou o dia 10 de novembro, e logo que começaram a chegar os crismandos com seus pais, padrinhos e familiares, percebi a responsabilidade na construção de uma obra que não era minha, mas do arquiteto maior, que sempre nos confia um trabalho de amor e caridade.

Às 10 horas começou a missa, que teve como concelebrante: Frei Francisco e o Diácono Michel. Houve muita emoção com os cânticos, a acolhida e a homilia de Dom Pedro Luiz, que foi ímpar, com palavras tão adequadas a um momento tão especial.

Os pais e padrinhos ficaram atentos na hora da unção do crisma e da comunhão, sacramentos que confirmaram o desejo dos jovens e adultos especiais em seguir os ensinamentos de Jesus, desejo de participar das celebrações, da eucaristia como todos os católicos praticantes e sentirem-se inclusos na comunidade.

Ao terminar, foi lida uma poesia, escrita por um bispo da cidade mineira de Luz, Dom Belchior, a poesia chama-se “Vela” , que faz alusão ao que devemos ser. Em seguida, fiz uma homenagem a Dom Pedro Luiz, que deixou a Diocese neste mês, agradecendo-o por sua dedicação e interesse ao trabalho da catequese feito junto ao CEI e a importância do sacramento para os portadores de necessidades especiais. A diretora Leonádia e a Secretária de Ensino Leila Aidar também falaram da importância da celebração e fizeram agradecimentos ao bispo.

Este Bispo, que ficou conosco apenas três anos, deixou sementes plantadas em nossos corações e, agora, cabe a nós regá-las com boas obras, caridade e amor para que possamos evoluir espiritualmente. Devemos entender que estamos aqui para servir ao próximo e que somente quando fazemos o bem é que encontramos a verdadeira felicidade, ou seja, Deus.

Maria Inácia Araújo Carvalho

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