quinta-feira, 9 de agosto de 2012

É saudade de Deus, sua alma está com saudade de Deus!

Nestes dias vivi uma experiência de rezar com meus sentimentos. Estava um pouco mais recolhido, silencioso, quem olhasse de fora talvez pensasse “ele esta triste!” Havia um vazio e uma saudade, comecei a perguntar-me quais os motivos para tais sentimentos e continuei rezando, trabalhando, fazendo as coisas do dia a dia. No final do dia, no banho clamando a água Viva do Espírito de Deus, senti forte no meu coração: É saudade de Deus, sua alma está com saudade de Deus!



Então desci para capela, chamei outros irmãos que estavam em casa e expus o Santíssimo. Começamos a rezar e entregar tudo que estávamos sentindo a Jesus, rendendo nossa mente, inteligência, vontade e sentimentos a Jesus o Senhor e falando de nossas verdades. Ele nos acolheu como estávamos e depois de cantarmos um canto de adoração silenciamos e Ele nos falou com esta passagem bíblica: “Este é o mandamento, estas são as leis e os decretos que o SENHOR, vosso Deus, ordenou que eu vos ensinasse, para que os observeis na terra em que ides entrar para dela tomar posse. Assim, temerás o SENHOR, teu Deus, observando durante toda a vida todas as suas leis e mandamentos que te prescrevo a ti, a teus filhos e netos, a fim de que se prolonguem teus dias. E tu, Israel, ouve e cuida de os pôr em prática, para seres feliz e te multiplicares sempre mais, na terra onde corre leite e mel, como te prometeu o SENHOR, o Deus de teus pais. Ouve, Israel! O SENHOR nosso Deus é o único SENHOR.5.Amarás o SENHOR teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. E trarás gravadas no teu coração todas estas palavras que hoje te ordeno” (cf. Deuteronômio 6, 1-6).

Assim como é tão importante aprender a “ler”, conhecer os sinais do nosso corpo precisamos igualmente e até melhor conhecer os sinais de nossa alma, os apelos do nosso coração que clama por Deus, por silêncio, por oração. Não sabendo nos falta a docilidade e procuramos infelizmente em tantas outras coisas saciar a saudade, à vontade e os sentimentos de maneiras completamente erradas e nunca vamos ser felizes. Hoje procuramos soluções em tudo, remédios, terapias, em pessoas, em coisas. Não sou contra nada disso, realmente precisamos de todo esse conjunto e às vezes o nosso ser que é um todo, corpo, alma e espírito esta pedindo Deus, silêncio, oração, paz interior. Colocar Deus no lugar que verdadeiramente Ele deve ocupar o centro de nossas vidas.


A oração é o sacrifício espiritual que aboliu os antigos sacrifícios. Que me importa a abundância de vossos sacrifícios? – diz o Senhor. Estou farto de holocaustos de carneiros e de gordura de animais cevados; do sangue de touros, de cordeiros e de bodes, não me agrado. Quem vos pediu estas coisas? (Is 1,11). O Evangelho nos ensina o que pede o Senhor: Está chegando à hora, diz ele, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. Deus é espírito (Jo 4,23. 24), e por isso procura tais adoradores. Nós somos verdadeiros adoradores e verdadeiros sacerdotes, quando, orando em espírito, oferecemos o sacrifício espiritual da oração, como oferenda digna e agradável a Deus, aquela que ele mesmo pediu e preparou.

Esta oferenda, apresentada de coração sincero, alimentada pela fé, preparada pela verdade, íntegra e inocente, casta e sem mancha, coroada pelo amor, é a que devemos levar ao altar de Deus, acompanhada pelo solene cortejo das boas obras, entre salmos e hinos; ela nos alcançará de Deus tudo o que pedimos. Que poderia Deus negar à oração que procede do espírito e da verdade, se foi ele mesmo que assim exigiu? Todos nós lemos, ouvimos e acreditamos como são grandes os testemunhos da sua eficácia!

Nos tempos passados, a oração livrava do fogo, das feras e da fome; e, no entanto ainda não havia recebido de Cristo toda a sua eficácia. Quanto maior não será, portanto, a eficácia da oração cristã! Talvez não faça descer sobre as chamas o orvalho do Anjo, não feche à boca dos leões, não leve a refeição aos camponeses famintos, não impeça milagrosamente o sofrimento; mas vem em auxílio dos que suportam a dor com paciência, aumenta a graça aos que sofrem com fortaleza, para que vejam com os olhos da fé a recompensa do Senhor, reservada aos que sofrem pelo nome de Deus. Outrora a oração fazia vir às pragas, derrotava os exércitos inimigos, impedia a chuva necessária. Agora, porém, a oração autêntica afasta a ira de Deus, vela pelo bem dos inimigos e roga pelos perseguidores. Será para admirar que faça cair do céu as águas, se conseguiu que de lá descessem as línguas de fogo? Só a oração vence a Deus. Mas Cristo não quis que ela servisse para fazer mal algum; quis antes que toda a eficácia que lhe deu fosse apenas para servir o bem.

Conseqüentemente, ela não tem outra finalidade senão tirar do caminho da morte as almas dos defuntos, robustecer os fracos, curar os enfermos, libertar os possessos, abrir as portas das prisões, romper os grilhões dos inocentes. Ela perdoa os pecados, afasta as tentações, faz cessar as perseguições, reconforta os de ânimo abatido, enche de alegria os generosos, conduz os peregrinos, acalma as tempestades, detém os ladrões, dá alimento aos pobres, ensina os ricos, levanta os que caíram, sustenta os que vacilam, confirma os que estão de pé.

Oram todos os anjos, ora toda criatura. Oram à sua maneira os animais domésticos e as feras, que dobramos joelhos. Saindo de seus estábulos ou de suas tocas, levantam os olhos para o céu e não abrem a boca em vão, fazendo vibrar o ar com seus gritos. Mesmo as aves quando levantam vôo, elevam-se para o céu e, em lugar de mãos, estendem as asas em forma de cruz, dizendo algo semelhante a uma prece. Que dizer ainda a respeito da oração? O próprio Senhor também orou; a ele honra e poder pelos séculos dos séculos.

Do Tratado sobre a oração, de Tertuliano, presbítero
(Cap. 28-29: CCL 1,273-274)(Séc. III).

Adoradores verdadeiros ao Pai adorarão em espírito e verdade; Pois são tais adoradores que o Pai quer e procura. Deus é Espírito e aqueles que o adoram, o adoram em espírito e em verdade. Pois são tais adoradores que o Pai quer e procura (cf. Jo 4).

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