terça-feira, 29 de março de 2011

A BORBOLETA E O CAVALINHO



"Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante. Eram elas, um cavalinho e uma borboleta. Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo.A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta, gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena,nem interesse, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho. Assim, todos os dias, ia visita-lo e lá chegando, levava sempre um coice e depois então, um sorriso. Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso.Acreditando que um dia as coisas mudaria. Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudar o cavalinho,mas isso nem sempre era possível por ter seus limites.Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, pois vivia sempre em um mundo de ilusão. E vieram outras manhãs, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta. Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela. Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou. Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali. -Eu sou o cavalinho e estou à procura de uma borboleta que sumiu. - Ah, é você então o famoso cavalinho? - Famoso, eu? - É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando? - É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta
. - Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo. - Morreu? Como foi isso? - Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice e depois sorria.Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém.
Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento

-Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste e sucumbiu e morreu.
- E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias?

- Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:
"Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui."

Você pode até aceitar os coices que lhe derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão lhe causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas. Quanto ao cabresto que você tiver que carregar durante a sua existência, não culpe ninguém por isso, afinal muitas vezes, foi você mesmo que o colocou no seu dorso, ou permitiu que fosse colocado.

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