quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O potencial de cada um






Conta-se que, certa vez, os animais de uma floresta que estava sendo
devastada pelos homens se reuniram para discutir os seus problemas.

Decidiram, após amplos debates, que a coisa mais importante a fazer
seria criar uma escola.

Organizaram um currículo que objetivava desenvolver as habilidades de
voar, saltar, nadar, correr e escalar. Todas consideradas necessárias
e importantes para quem vive em uma floresta.

No entanto, apesar de terem utilizado métodos muito avançados, o
desempenho dos alunos não foi dos melhores e a maioria conseguiu
apresentar rendimento satisfatório em apenas uma ou duas habilidades.

O pato foi excelente em natação mas apenas razoável em voos e péssimo
em corridas.

Para melhorar em corrida treinou tanto que gastou suas patas e não
conseguiu nadar como antes, baixando seu aproveitamento em natação.

O coelho, que vinha se destacando em corrida, desde o início do curso,
acabou sofrendo um colapso de tanto se esforçar para melhorar em
natação.

A capivara, que nadava e corria muito bem, acabou se esborrachando ao
tentar voar. O susto foi tão grande que ela ficou traumatizada e não
conseguiu mais nem correr, nem nadar.

Os pássaros, por sua vez, protestaram, desde a criação da escola,
porque a habilidade de cantar não estava incluída no currículo.

Para eles, o canto era de importância fundamental para a qualidade de
vida na floresta.

Quando o currículo todo foi dado, o único animal que concluiu o curso
e fez o discurso de formatura foi a enguia.

Não que ela tivesse maiores habilidades. Em verdade, ela não se
esmerara em nada e conseguira fazer um pouco de todas as matérias mais
ou menos pela metade.


Com certeza, ao imaginarmos uma capivara tentando voar ou um coelho se
dedicando à natação, rimos da história.

Mas, se olharmos ao nosso redor, vamos nos dar conta de que, por
vezes, agimos exatamente como os animais da escola da floresta.

É quando tentamos considerar todas as pessoas iguais, destruindo o
potencial da criatura de ser ela mesma.

Assim é quando, na posição de pais, insistimos com nosso filho para
que siga determinada profissão.

Ele adora dançar mas nós lhe dizemos que isso não lhe conferirá uma
carreira de sucesso e insistimos para que abrace a profissão que toda
a família segue.

Até mesmo porque ele deve dar continuidade à tradição ou assumir o
negócio da família, logo mais.

Por isso é que algumas empresas de tradição, em determinado momento,
passando a ser administradas por quem não tem potencial nem vontade
para o tipo de negócio, acabam por desaparecer.

Ou então, a pessoa desenvolve as habilidades que lhe são exigidas, mas
nunca será um profissional de qualidade. Isso porque não ama o que
faz.

E se transformará em uma criatura frustrada, infeliz, sempre
reclamando de tudo e de todos.

Pensemos nisso e passemos a valorizar mais a habilidade e o potencial
de cada um.

Lembremos que a natureza é tão exuberante exatamente pelas diferenças
que apresenta nos reinos mineral, vegetal, animal onde cada um é
especial e desempenha, na Terra, a missão que o Divino Criador lhe
confiou.



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